sábado, 11 de janeiro de 2020

Ano Novo no Parque Estadual do Rio Preto - MG

Registrando o fim de ano maravilhoso, com uma turma grande, mas muito astral, tomando banhos de cachoeira e fazendo trilhas pelo nosso sertão. 

Não conhecia o parque do Rio Preto, que foi muito recomendado pelo Marcus, da Andarilho da Luz. Então, resolvi encarar o pacote para passar o fim de ano em um lugar sossegado, longe da muvuca dos reveillons do planeta. Fiquei surpresa com o tamanho do grupo, e mais ainda com a sinergia das pessoas. Rolou uma conexão maravilhosa para a virada do ano. Com certeza, abençoada pela natureza!

A viagem foi longa...partindo de BH paramos em Cordisburgo, cidade natal de Guimarães Rosa, para já entrar no clima do sertão. Lá ouvimos contadores de estórias recitando suas obras. Foi muito legal! A parada seguinte foi em Diamantina, que eu não conhecia. Um graça, e ainda tem as famosas Vesperatas. Preciso voltar! Seguimos para o parque. Depois de São Gonçalo do Rio Preto foram 20Km até chegar nos alojamentos. Como a galera falou, parecia que chegaríamos ao Japão, mas não chegava o parque! Da saída de BH até lá foram ~12h, com as paradas, claro!

Escritório do Guimarães Rosa, na sua casa museu, em Cordisburgo.

Visual de uma das praças, ao lado do mercado, em Diamantina.

A rua das Vesperatas....

As famosas ladeiras, com a igreja do Rosário ao fundo.

No dia seguinte (29), fizemos a trilha mais bacana do parque, para as cachoeiras do Crioulo e das Sempre-vivas. Acho que são, pelo menos, uns 15Km ida e volta. Na ida vamos subindo pelo sertão, visualizando os morros, o encontro dos rios e muuuuitas flores! Fazia tempo que não fotografava tantas flores. Na volta, passamos pela Sempre-vivas, que dá um banho sensacional em suas quedas. E retornamos seguindo pelo lajeado. E, eu adoro pedra! Muitos recantos maravilhosos...eu ficaria por horas em vários deles. O contraste da água escura e das rochas com uma areia branca, de cegar, é incrível! Muito lindo 😊!

Pela trilha, de olho nas árvores e flores do cerrado/sertão.

O Deco explicou que as flores mudam de cor quando são polinizadas. Muito legal! :)

Simples assim...

Dos mirantes a gente vê o Espinhaço, a mudança na vegetação, os rios se encontrando lá embaixo.

Encoberto com as nuvens estava o Dois Irmãos.

Amei esse cajado ;)

A foto não mostra a beleza do local, que é muito amplo e belíssimo!

Cachoeira do Crioulo.

Praia de areia branca de cegar! Muito contraste com a cor da água e das rochas.

Seguindo pelo lajeado...

O rio espelhando o céu e as formações rochosas que o cercam.

Muitas praias pelo caminho.

Lá vai a Alzi...

Descendo pelas pedras, a caminho da Sempre-vivas.

Cheguei e dei a sorte de pegar a cachoeira vazia para a foto :)

Olha a alegria da galera! Uma delícia de banho!

Seguindo pelo lajeado e suas praias...voltamos nesse poço depois.

Pra fechar o dia, no pôr-do-sol o Dois Irmãos apareceu :)

Dia 30 foi dia de descanso, para visitar as comunidades do Alecrim e Santo Antonio. Nessa última, ficamos na casa do Deco, um de nossos guias locais. Um sujeito incrível, encantador! Viveu muitos anos no parque, para o qual vendeu parte de suas terras. Ainda hoje, sua casa faz divisa com a área do parque. Lá planta de quase tudo, faz remédios das plantas nativas, trabalha com marcenaria e ainda guia no parque! Ah, tem mais, toca viola! Depois de encher a pança com uma comida maravilhosa preparada por sua família, tivemos uma roda de violeiros, pois os três guias do grupo tocavam! Os outros dois, o Jacó, que arrasa na voz/violão e o Ramon, filho do Deco. Pra fechar o dia, à noite, no restaurante do parque, recebemos um grupo de foliões, para homenagear o Menino-Deus no presépio montado no local.

Deco conversando com seu William, que faz cachaça há trocentos anos!

A cantoria da tarde foi ótima, e seguiu pela noite no parque. Deco e Jacó.

Á noite, folia de reis, e depois mais música!

Nos outros dias os passeios foram bem light, caminhadas para os vários poços para banho, nos arredores do alojamento; todos com praias lindas de areia branca! Em alguns pontos do parque é possível encontrar pinturas rupestres, que também foram visitadas. Tivemos a companhia de mais uma família encantadora, a do Virgilei, que preparou dinâmicas com tai chi e alongamentos para a turma. Foi muito legal! O clima colaborou e tivemos dias lindos, e noites de céu estrelado para curtir. ;)

Forquilha, poço gigante e areia branca.

A água seguindo pelas pedras e vegetação...muitos peixes por perto, o tempo todo!

Mais uma praia...foi aí que atravessamos o rio na trilha do primeiro dia.

Muitas florzinhas nas bordas.

Que vida difícil!!!

Cachoeirinhas perto dos poços.

Mais praia, Poço do Veado. 

Pinturas no Poço do Veado.

Não são cuidadas, e a vegetação e os insetos dominam...

Deco procurando as pinturas e nos explicando sobre o cipó...

Na sombra das pedras...ao lado, a praia, em cima o sertão e as pinturas. 

O parque tem uma estrutura fantástica. Acho que deve ser uma das melhores do Brasil, com casa para pesquisadores, alojamentos para os turistas, restaurante, área de camping completa, e uma recepção com exposição permanente sobre a fauna e flora da região.

Ano novo com a galera!

As dinâmicas do Virgilei.

Mais florzinhas...

Esse é um jardim de sempre-vivas (ou chuveirinhos) :) 

O parque tem algumas espécies endêmicas.

Olha isso!!! Um jardim de sempre-vivas...último dia no parque, o tempo começou a virar!

Trilha para as pinturas, e para o moinho.

Um mimo da natureza :)

Outro...

O moinho...

...que ainda funciona.

Nossos anjos-da-guarda: Deco, Jacó e o Tonhão (diretor do parque).

O parque está localizado no município de São Gonçalo do Rio Preto. E, nos seus arredores, foram criados vários outros parques (Pico do Itambé, Biribiri), fazendo um cinturão de proteção ambiental, super relevante para manter as nascentes da região, que seguem para o Jequitinhonha. A cadeia da serra do Espinhaço corta a região, seguindo para a BA, e é possível subir alguns picos, como o Itambé e os Dois Irmãos...mas, isso não foi possível nessa viagem...o que é mais uma boa desculpa para voltar!

E, chegar sem queijos e doces não dá, né? Valeu uma corrida no mercado central, para trazer essas preciosidades pra casa! 

Mercado central.

Preciosidades de Minas!

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