Mais um feriado que
deu para emendar e aproveitar, corri pra conseguir vaga na Pousada do Caraça. Difícil nos
feriados!
Poucos lugares têm uma memória tão viva como o Caraça, fundado em 1774!
Escadaria do Santuário, por onde o lobo chega.
O trânsito na MG
381 é terrível. Um desânimo nessa viagem, como havia sido na primeira vez. Menos
de 150 Km em quase 4h! Um absurdo! E parece que aquelas obras não vão acabar
tão cedo! Meu voo era às 7h, mas a aeronave da TAM estava com problema e foi
uma sequência de atrasos que me fez perder o primeiro dia do fim de semana. Era
para ter chegado lá ainda pela manhã, cheguei às 16h, ainda sem almoço. Nesse
dia só me restou dar uma volta nas trilhas perto do Santuário. Fui até o tanque
grande, e perambulei nos arredores até a hora da janta.
Tanque grande.
Pôr-do-sol bem em frente.
A capelinha e a torre do Santuário junto às montanhas.
Muitas flores...
Acho que esse é um tipo de Caliandra.
Essa, do jeito que a gente encontra pelo cerrado.
Dália, pôr-do-sol...
Muitos canários também.
No dia seguinte,
sem pressa para acordar, tomar café e decidir o que fazer. A única programação
da viagem foi subir o Inficionado na segunda-feira. Na minha primeira escalada,
apesar de estar tudo encoberto, achei a montanha maravilhosa. Agora, com o
tempo bem melhor nessa época, espero conhecer uma montanha ainda mais linda.
Ala da Carapuça, onde me hospedei (direita), parte do museu e do Santuário (esquerda).
O dia amanheceu meio nublado, a Caraça escondida.
Cascatinha,da trilha...
Lindo :)
Pássaro preto.
Caraça aparecendo...e a trilha da Bocaina.
Campos de candonbás, ou canelas-de-ema! Pena que a foto não consegue mostrar o colorido da vegetação,
Chuveirinhos (pepalantus) e mais canela-de-ema.
Pedra por onde a queda deságua, água escura e muitos líquens nas pedras.
Rio segue descendo pelo cânios, por entre as pedras.
Mais flores :)
Muuuita coragem para entrar!
Subindo o rio pelo cânion, em direção à caverna.
Essa bromélia é endêmica.
Uma fenda na pedra, por onde a água cai e segue...(foto deitada na pedra).
Entrada da caverna.
Sem lanterna não dá pra explorar muito. A água segue dentro de caverna.
Exposição do Frei Lauro, no Museu. Muitas fotos lindas e história.
Torre do Santuário, vista do gramado.
Nossa Senhora Mãe dos Homens.
Acho que os João-de-Barro adoram as araucárias...sempre tem uma casinha :)
Pôr-do-sol.
Essa aí era bem peluda...quase peguei nela!
Os jacus viraram praga por lá...destroem tudo!
Encarei de seguir com dois deles para conhecer. Foi um sobe e desce em
pedras cobertas de musgo, dentro do cânion, com a água seguindo junto às
paredes. Muito bonito! Chegamos, mas sem lanternas e com água dentro, não deu
para explorar muito. Depois, comentando com os guias locais, me disseram que
ainda daria para seguir um pouco além do que fomos, mas já valeu a pena. O
problema foi que eu resolvi tentar pegar o almoço (que termina às 14h) e
sai numa correria só de volta! Deu certo...cheguei um pouco atrasada, mas
me deixaram comer! J
Depois, aproveitei
para relaxar, tomar um banho cedo pra não congelar a noite, e desisti de fazer
outra trilha na correria, uma vez que por volta das 17h o sol já está indo
embora, e o frio chegando. Depois da janta, fiquei na expectativa de ver o
lobo, mas nada...eu estava sempre na contramão com ele. E, tinha muita gente,
muito barulho, e eu desanimei. Chá com pipoca, céu estrelado, e cama! Afinal,
no outro dia, era dia de montanha!
Encontrei o João, o
guia que conheci e fiz o Inficionado na última vez. Figura histórica no pedaço!
Sobe aquelas montanhas a uns 50 anos! Sabe tudo! Lá fomos nós, depois do café da
manhã, dia limpo, céu azul sem, nenhuma nuvem! Tudo que era esperado ;), a
expectativa era ver o Pico da Bandeira do cume!
Pé na trilha...olha a diferença do dia...muuuita luz :)
Isso foi lindo. As teias de aranha todas com o orvalho descongelando :)
Pedra da Paciência, com o Caraça todo iluminada ao fundo, e a Bocaina também!
Caraça.
Nosso rumo é subir as montanhas à direita!
Mais candombás. Acho que já falei que a flor é uma delícia!
E linda :)
Campos de candombás floridos!
Essa é a famosa escadaria...300m verticais nesse ritmo!
Ainda subindo, e isso é só o começo!
Agora já temos visual :)
Muitas flores, é impressionante!
Esse candombá (vellozia) é centenária, estimam uns 600 anos. Tive de sentar pra repetir a foto do ano passado ;)
Mais subida.
Lá fomos nós! A primeira parte da trilha é a mesma da Bocaina, passamos pela Pedra da Paciência, vista limpa das montanhas! Céu de brigadeiro! Pegamos uma trilha à direita, entrando na trilha para a montanha. Na subida a vegetação vai mudando, e mais campos de canelas-de-ema floridas, chuveirinhos e a subida começa...
Sobe, sobe, chega a
escadaria de pedras, onde ganhamos uns 300m verticais de escalaminhada. Depois
continua, sobe, platô, nova subida, platô, mais subida, e assim vai, ganhando
altitude e vista.
Mais visual.
Mais flores!
Na primeira vez vi muuuitas dessas, e dessa vez somente essa!
Vários tipos de chuveirinhos.
Mais cor.
E, claro, mais subida! :)
Acho que essa também é endêmica.
Endêmica!
Mais subida! kkkk
Mais flores, muitas bromélias lindas!
Chegamos ao cume, e
aí sim começou a aventura. Vamos explorar! Curtimos a vista de 360º e seguimos
em direção as fendas da montanha. Trilha não tinha, mato fechado, muita pedra e
muitas flores. Olhando parece que não tem como seguir, mas sempre tem um
caminho, e o João conhece todos!
Nas fendas tem um
monte de arcos, covas nas pedras, uma vegetação de samambaias e bromélias,
muito verde, diferente do cerrado exposto. Muito lindo. Mas, a vista do outro
lado das fendas foi bem decepcionante. A exploração da Vale nas encostas dos
outros morros e o caminho de destruição do Rio Doce. Uma tristeza! Só então,
percebi que o Caraça é uma pequena ilha no meio daquilo tudo. Um paraíso
pequeno demais comparado com a área destruída! Assustador. Como podemos deixar
isso acontecer, e continuar acontecendo???
Enfim, cume!
Agora vai começar a exploração! Rumos aos visuais do cume!
As famosas fendas aparecendo. A foto não mostra a dimensão.
Tivemos de nos embrenhar no mato...voltei bem alisada por eles kkkk
Parada para curtir o visual.
Desse lado dá pra ter noção do estrago que as mineradoras fazem! Uma tristeza :(
Chegando mais perto, vamos explorar as fendas.
Descendo...
No fundo tem uns jardins de bromélias e samambaias lindos.
Várias janelas...
Mais uma.
Outra fenda.
Olha que louco as formas na pedra!
Subindo de novo...vamos para a extremidade.
Curtindo o vão, jogamos uma pedra para ver o tempo que demora pra fazer barulho.
Mais visual das cidades e da destruição...
Fim do caminho...
As estradas, ferrovias, lagos, rios, cidades...mas não deu pra ver o Pico da Bandeira!
Tá na hora de voltar...
Paramos, curtimos o
visual, as cidades no vale, o caminho do trem e dos caminhões, pontes, cursos d’agua,
mas, com a poluição no horizonte, não conseguimos ver o Bandeira! Hora de
voltar...com o sol se pondo cedo, já imaginei que não chegaríamos com sol. Sempre
acho que o caminho de volta é mais longo do que a subida, descer é muito pior
pro meu joelho!
Chegamos de volta,
encontramos um dos irmãos do João com uma cerveja nos esperando, por sorte,
porque a lanchonete já havia fechado. Sujinhos, cansados, mas felizes! Hora do
banho e da janta, e do lobo!!
Apesar da amplitude da imagem, dá pra perceber os pontinhos coloridos de flores por toda parte!
Uma estrela ao entardecer.
Com a luz do sol.
Lá se vai o astro rei...depois de nos presentear com um dia belíssimo :)
Sim, essa seria
minha última noite, e não tive paciência de esperar e nem sorte de estar lá nas
horas que ele apareceu. Hoje era minha chance e eu estava decidida a esperá-lo.
Caraça sem lobo não existe!
Pra variar
desencontramos. O vi na escadaria esperando a bandeja de ossos que ainda não
estava lá. Resolvi ir jantar enquanto a janta dele também não vinha. Quando
voltei ele estava saindo, e o frei Lauro lá contando as histórias, educando o
povo. Decidi ficar, sabia que ele votaria, a bandeja ainda estava cheia. Chá,
pipoca. Mais chá e mais pipoca, o frio foi aumentando e o povo indo embora. Aí,
ficamos eu e mais uns 2-3 esperando e ele voltou, para o nosso deleite! Bicho
LINDO! Ficamos lá até ele comer tudo, devagar, sempre de olho na escadaria,
observando com cuidado cada movimento, cada barulho. O máximo! Feliz da vida, fui
dormir.
Como eu tirei trocentas fotos dele, posso exagerar com algumas aqui kkkk
Sempre verificando os arredores da ponta da escada.
Guarazinho :)
Ficar lá com ele um tempão, comendo, indo e vindo da escada foi só para os persistentes!
Ele precisa abrir as patas dianteiras para comer, porque é bem alto!
Vigilante...
Vou postar aqui algumas fotos maravilhosas do João ;)
Limpinhos, sem nenhum arranhão, na saída da pousada :)
Essa foi no pôr-do-sol. Fantástica :)
Campo florido!
No final da exploração das fendas.