sábado, 18 de agosto de 2018

Road trip - Parques nacionais do sudoeste americano. O MÁXIMO! (9-22/jun)


Post 4: Zion NP & Death Valley NP

Post 4...tá ficando difícil repetir a mesma coisa nos posts, mas, não acho outro vocabulário! é tudo muuuito lindo, muito especial! Não dá pra classificar as belezas, cada uma é cada uma, são únicas. O Zion é uma dessas pedras preciosas da natureza, não tem como não se encantar com o Virgin River passando por aqueles paredões multicoloridos. Em 97 eu também fiz o Zion, e me lembro bem dos paredões, das trilhas pelas slickrocks e do trekking pelo rio, a famosa The Narrows! Mas, dessa vez, além de fazer a trilha pelo rio (claro!), também fizemos a Angels Landing! Vou contar...

Mais visual na estrada para o Zion.

Sempre deserto, com alguns rios e canyons pelo caminho.

Do Arches seguimos por outro caminho, passando pelos desertos e rios de Utah, indo para o Zion. Fomos logo após fazer a byway U279, pelo Colorado. Chegamos em La Verkin, uma vila que fica a 32 Km do parque, no meio da tarde. Essa hospedagem foi o melhor que conseguimos, para vocês terem uma ideia da superlotação do parque! A vila Springdale, que fica na entrada do parque, lotada! Eu não me lembrava de nada disso da primeira viagem, porque acampamos e o parque não tinha as pistas, calçadas e ônibus como tem hoje, e nem uma multidão pelas trilhas! L Confesso que isso foi uma decepção!

Bom, como chegamos ainda cedo, marcamos o Visitor Center do parque no GPS e seguimos pra lá depois do nosso check in, pelo menos para dizer um ‘oi’ para o parque! Mas, o maldito GPS nos levou para uma rua paralela à da entrada do parque, que era uma rua sem saída, e ficamos dando umas voltas perdidas por lá até desistir e voltar para casa. Isso foi muito engraçado, porque no dia seguinte saímos cedo, para aproveitar o dia e descobrir onde era a entrada do parque e foi ridículo de achar...melhor mesmo é sem GPS, às vezes!

Eu queria fazer a Angels Landing, que eu não tinha feito e também uma parte da Narrows, até onde desse. Pelo desafio e pelo clima da manhã, começamos pela Angels! Isso depois de apanhar para conseguir achar um lugar para estacionar dentro do parque. Acho que essa é uma super dica...não perca tempo e pare fora do parque. Existem muitos estacionamentos ao longo da pista que leva à entrada. Praticamente não existe estacionamento no parque, o ônibus do parque passa por Springdale e é possível ir andando ou de ônibus para o parque.

Angels Landing é uma trilha subindo pela encosta da montanha em zigzag, bem íngreme, e para quem não tem problema com altura! Antes de ir mostrei umas fotos e comentários sobre a trilha para o Lipe, para ter certeza de que ele iria encarar. E, ele foi super bem! A subida é fantástica, com um super visual do parque, das montanhas e do vale cortado pelo Virgin. É muuuuito lindo. As fotos não conseguem dar a dimensão e a beleza do lugar.


Cruzando o Virgin River para acessar a trilha.

Do outro lado do rio, a trilha no começo plana, já entre os paredões,

Pose pra foto!

Quando chega no paredão, começa o zigzag de verdade!

E o visual de tirar o fôlego!

No ponto onde os 'fracos' ficam! :)

Quando termina o zigzag da encosta, chegamos em um ponto de observação que dá uma vista fantástica do vale, e aí é a hora de decidir quem segue ou não para o ‘cume’ da Angels Landing. Só daí é possível ter uma noção do que te espera. O acesso é ao longo de uma crista íngreme e estreita até o cume, com alguns pontos muito expostos! Eu achei o máximo!!!! Demais aquilo, preciso voltar J! De preferência com o parque mais vazio, porque tinha fila e congestionamento em alguns pontos, pra complicar mais um pouquinho. Mas, tem sempre uma corrente de apoio ao longo da crista, e cuidado nunca é demais. Para quem tem medo de altura...nem pensar!

O paredão da Angels tem 453m de desnível partindo do Virgin, e a trilha tem, ida e volta, 8,7 Km. Apesar de ser considerado um dos hikings strenuous do parque, é o mais famoso e acho que todo mundo quer tentar! Isso, como disse antes, complica um pouco, porque não é uma trilha protegida, e termina exigindo o dobro de cuidado. Mas, te garanto, não vai se arrepender! ;)


Saindo do mirante, a trilha ainda não é clara, mas já tem uma galera congestionando!

Depois daquela parte, desce, pra depois começar a subir o paredão pela crista!

No meio dos paredões, nada dos dois lados!

Olha a corrente de apoio, e nada do lado!

Olha ele aí! Não consegui pegar o paredão todo nos locais que parei para fotografar, 453m!

Lá vamos nós!

E a corrente de apoio!

E o visual...

...de tirar o fôlego! Impagável!

Aqui, no cume, o vale inteiro dos dois lados do paredão!

O Angels Landing fica em uma posição estratégica, bem no meio dos paredões.

O outro lado...


Hora de curtir!

E comemorar!

O rio, pista do ônibus, os paredões coloridos em volta...só faltou o céu azul!

Na primeira vez, em 97, eu fiz outro hiking, também na lista dos ‘extenuantes’, para o Observation Point. Quando vi as fotos agora, antes de postar fiquei chocada! A vista de lá é tão fantástica quanto, e dá pra ver todo o Angels Landing. Coloca aí na sua lista também. A trilha sobe o Echo Canyon e dá acesso a outras montanhas no caminho, com um super visual do Zion Canyon e do Virgin lá de cima. Uma pena que não dava pra fazer as duas dessa vez. Essa tem 12,9 Km (ida e volta), um desnível de 655m, e um tempo estimado entre 6-7h.

Os ônibus do parque.

Para circular, só com eles!

Nós levamos nossos lanchinhos e passamos o dia com eles. Descendo o Angels comemos e já pegamos o ônibus para o Templo of Sinawava, onde começa a trilha pavimentada que dá acesso à The Narrows. Na verdade, é possível se meter a seguir o rio o tempo todo, mas é muuuito chão, muuuuito rio para percorrer! Então, o povo vai de ônibus, faz a trilha pavimentada (acesso total, tirando a multidão!), e só quando ela termina, entra no rio. Eu me lembro de ter ficado horas no rio na primeira vez, nada de muvuca, a água estava mais alta que dessa vez, maravilha...mas, dessa devo ter andado por uma hora mais ou menos e já voltei...não era possível se livrar da muvuca, mesmo dentro do rio! Em alguns trechos vinha uma multidão na minha direção. Affff >:(

Então, a Narrows funciona assim...é só entrar no rio e seguir até a hora que resolver voltar, pelo mesmo caminho, sempre dentro do rio (de baixo para cima). Se fizer o sentido oposto, para percorrer todo o trecho do canyon, é preciso pernoitar e aí é preciso ter autorização do parque, e saber bem o que vai fazer, porque tem uns trechos de difícil acesso. Na entrada do canyon tem uma placa que indica o risco de tromba d’água...isso mesmo! Afinal, estamos dentro do rio, cercados pelos paredões do canyon e não tem pra onde correr! É o tal do flash flooding. No dia que entrei a placa sinalizava ‘possível’ em alguns slots do canyon. Mas, a impressão que eu tive é de que ninguém estava aí para a sinalização!


Entrando no canyon pelo rio - The Narrows. Só a galera fazendo fotos!

O nível do rio estava baixo no trecho que percorri. Em vários pontos era possível ir pelas pedras também.

A muvuca :(

Na vertical eu consigo deixar as fotos maiores, sem estourar a área do blog ;)

Mais canyon...

...mais rio!

Alguns pontos tem paredões maiores.

Muita gente estava com sapato de neoprene, porque a água é gelada, mas achei desnecessário. Agora, bastão acho fundamental, para ajudar nas pedras.

Saindo de lá paramos no centro de visitantes, onde eu comprei um pôster gigante da Angels Landing, uma das minhas únicas aquisições da viagem...que me roubaram na alfândega do aeroporto de Brasília! Inacreditável! Carreguei o pôster o resto da viagem de boa, e aqui acontece isso! Vou te falar que não é uma boa recepção quando se chega em ‘casa’! Não gosto nem de lembrar, que fico triste.

Bom, do centro de visitantes fomos até o museu, e nosso carro estava perto de lá. Seguimos o rumo de casa, uma vez que a fome já era abissal, e no dia anterior a gente tinha ido a um restaurante fantástico e tomado uma cerveja local maravilhosa...essa era a melhor forma de fechar o dia com chave de ouro, pegando o pôr-do-sol nos paredões no caminho de casa, digo, do restaurante!


Boa D+!

O dia seguinte seria o dia mais longo de estrada. Parecia ser um dia difícil no nosso planejamento, mas não foi. Pra variar, foi mais um dia fantástico na nossa viagem! Seguimos para Mammoth Lake, indo em direção a Yosemite, mas pelo Death Valley, que eu sempre quis conhecer. E, olha, me surpreendeu! Mais um lugar para voltar ;)

Saindo do Zion pela I 15, seguimos em direção à Las Vegas (LV), e as Joshua Trees apareceram de novo. Mais deserto pelo caminho. Seguindo depois de LV pela US 95, passamos pelo acesso ao Death Valley via Amargosa Valley e fomos para a cidade de Beatty, que meu amigo Leister me disse depois que foi onde filmaram Ases Indomáveis - Top Gun...a gente não sabia! (você vai entender o porquê desse comentário...)

Joshua Tree ;)

Só deserto, mas tem vegetação!

Vale da Morte. O deserto mais quente, mais seco e mais baixo.

Almoçamos em Beatty e entramos no Death Valley pela Daylight Pass Rd! Cruzamos o vale gigante, que desce 86m abaixo do nível do mar, cercado de montanhas, a mais alta com 4.421m (a mais alta dos USA, fora o Denali), um lugar com record de calor na face da Terra. Vários trechos de estrada impagáveis de lindos, com paisagens coloridas, salares, dunas, vegetação, flores (sim!), e até uma raposa cruzou nosso caminho! Na verdade, me arrependo de não ter parado mais vezes para fotografar! A gente tinha a preocupação de chegar ainda com luz em Mammoth Lake. 

Lá vamos nós!

Olha a aridez, e os salares!

Muitas cores nas rochas.

Tchau Nevada, de volta para Califórnia! :)

Eu me atrevi a descer do carro pra andar nas dunas (Mesquite flat sand dunes), mas desisti rapidinho!

De vez em quando alguém cruzava o caminho.

Inclusive, nossa amiga raposa aí ;) A coitada tava de dar pena! Guerreira!!

Devils corn field.

Um memorial para os padres do deserto!

No meio do caminho, digo, do nada, já na CA 190, ouvimos um ronco super alto, que assustou...aí eu disse 'isso só pode ser um jato'! O Lipe comentou ‘aqui é área de treinamento dos caras!’, e, beleza, ficamos impressionados, porque parecia muito baixo, mas nem conseguimos ver. Seguimos, passou um pouco e surgem na nossa frente, no meio da estrada, do nada, mais três jatos. Caracas, foi de paralisar! Top demais...apesar, de perigoso. Achamos que eles não poderiam passar naquela altitude, mas f*, foi demais! E, o Lipe conseguiu fazer um filme de milésimos de segundos e conseguiu fazer a foto de um dos jatos!!! Top Gun :)

Um dos jatos no Rainbow Canyon, parte do treinamento militar de vôo de baixo nível. Acho que aqui os caras podem tudo!

Bom, a aventura não termina por aí! Perdemos o pôr-do-sol no Death Valley, mas, ainda nesse dia a paisagem mudou completamente, pois entramos na Sierra Nevada! E ainda tinha neve! Saímos do deserto, de um ponto abaixo do nível do mar e subimos a 2.402m para curtir o fim de tarde na vilinha super charmosa Mammoth Lake. Mas, continuo a história no próximo post ;)


DICAS

- O Zion NP (um dos Mighty 5 de Utah) é um dos parques mais famosos dos USA, por isso, não é de se admirar a superlotação. Eu não esperava por isso...e, demos o azar de pegar o fim de semana por lá. Mas, pelo que percebi, isso não faria muita diferença, pois esses parques, como o Yosemite, que fizemos numa segunda e terça também estava super lotado. A acessibilidade facilitou muito o acesso, sem falar que a população do planeta está explodindo!
Se quiser ficar em Springdale acho que precisa reservar com pelo menos uns oito meses de antecedência, se não mais, se for férias!

- Ficamos na vila La Verkin, a mais ou menos meia hora do parque, mas a estrada é tranquila e linda, e o hotel compensou a distância, e o restaurante que jantamos nas duas noite também! 
Restaurante: Stage Coach Grille
A vila também tem um supermercado excelente para comprar os lanchinhos!


- Não subestime o Death Valley! É muuuito lindo! Vale a pena programar para passar o dia cruzando o vale pelas estradas menores. Vi as fotos dos meus amigos Leister e Sandra, e tive certeza disso! A única recomendação é levar água, comida e protetor solar. 
Afinal o site do parque diz: Hottest, Driest, and Lowest National Park!! Uhuuuu :) E ainda é o maior parque americano fora do Alaska!


- Nosso roteiro do Zion para Mammoth Lake, via Death Valley: