domingo, 7 de dezembro de 2014

Fim de semana zen – viagem pra dentro!

Yoga sem Fronteiras com Marco Schultz (21-23/nov)


Como diz o Marco, Yoga é o estado de espírito e o estado do espírito.

Bem diferente de quem pensa que yoga é a prática de asanas, aquelas posições malucas que caracteriza a imagem do yoga no mundo ocidental.

Chuva de ouro.

A seca por lá estava realmente dura! Esse tronco denuncia...

A ideia do fim de semana em retiro era aproveitar o fim de ano e meditar, relaxar, aprender com a prática do yoga. O fim de semana teve meditação, prática de asanas, palestras, vivências, satsang...uma busca pelo essencial, pela educação vertical!

Muitos bichinhos bravos...quase levei uma carreira desse Quero-quero por passar perto do ninho :)

Flor da romã...olha ela brotando aí!

O lugar também ajuda a entrar no clima, o Mosteiro de São Bento, em Vinhedo (SP). Aproveitei para dar uma escapulida do grupo e fui ouvir as Vésperas, cantadas pelos beneditinos no final da tarde do sábado. Muito lindo!! E, combinou com a sequência da noite, que teve o satsang com cantos e mantras, lançamento do novo CD/DVD do Marco com a banda Maha Satya Sangha.

Prédio do mosteiro...muito moderno! Mas, o órgão lá dentro era daqueles de tubos, bem antigos.

Esses aí tinham horário para aparecer na porta da cozinha...antes do jantar!

Sagui.

O casal de araras era o 'cão de guarda' do mosteiro.

Canindé.

Do site Simplesmenteyoga.com.br, um pouco sobre satsang:

Satsang é o eco do eco, Daquele que ecoa; Satsang é união, reunião; Satsang é Yoga..."
Sat é o Absoluto, o Eterno, o Real. Sangha somos nós, extensões do Grande Mistério, Deus... 

Satsang é um encontro onde nos reunimos com a humilde e sincera intenção de investigar e aprofundar nossa relação com o Eterno Ser, em cada um, e todos nós.
 

O sino que anuncia as Vésperas.

Jardins da Casa de Siloé.

Coisa boa é estar em silêncio e poder olhar pra dentro. Sentir e saber que é preciso cada vez menos do que o ego pede pra ser feliz J.

Espaço das práticas.

Namastê!

Calma e tranquilidade...

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Grande perda para o montanhismo brasileiro!

Registro minha tristeza pela morte do colega Davi Marski.
Ele foi picado por abelhas na Pedra do Pântano, em Andradas. 

O Portal Extremos publicou a notícia:




De luto :(

domingo, 12 de outubro de 2014

As flores de outubro!

Pra não dizer que não falei das flores J

Como eu 'pulei' o mês de setembro, quando os ipês estavam enchendo nossos olhos de alegria e cor...eu precisava correr para pegar algumas cores de outubro!

Chuva de Ouro aqui na quadra (203N).

Muitos flamboyants pela cidade...

Esses estão na 207N.

Essa foi sem querer, mas gostei :) 'puculando' árvores floridas!

Sibipirunas...

Essa tinha várias libélulas rodopiando...

Brasília é uma coisa engraçada...mesmo no auge da seca você encontra árvores floridas. Aliás, em todos os meses do ano temos diferentes espécies florindo. Mas, os ipês são os ipês! E agora, as sapucaias são as sapucaias ;)

Pra mim elas são o encanto do Eixão Norte - sapucaias!!!

Detalhes das flores.

A variação de temperatura aqui é uma coisa impressionante. Bem clima de deserto mesmo. Quando saí por volta de 12:30h para almoçar um relógio da rua marcava 36ºC! Quando passei por ele novamente por volta de 20:30h marcava 22ºC...imaginem a diferença entre 2h da tarde e 2h da madrugada?! 

Não é à toa que até tornado tá aparecendo por aqui :/
Mas, precisou apenas de uma chuvinha pro verde voltar a reinar!

Mais flamboyants...

Essa eu não sei qual é, mas ela deixa um monte de abraços pra gente ;)

Bom, ainda bem que algumas flores ainda resistem, e me esperaram! Faltaram os guapuruvus!! Talvez eu ainda tente de novo esse ano...

E que a chuva venha!! E que traga ainda mais tons de verde pra nossa alegria em Brasília!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Alpes - Europa

Mont Blanc

Em janeiro uma amiga convidou um grupo de amigos para fazer o Tour do Mont Blanc (TMB), um trekking em torno do maciço, e tentar o cume do Mont Blanc (MB). O convite bateu com meus planos fazer o Mont Blanc neste ano, mas eu ainda não tinha iniciado minhas pesquisas. Resolvi encarar com eles...

Entre fevereiro e maio fizemos vários contatos com amigos, sites, associações de guia na tentativa de conseguir um guia e definir a rota de escalada para o cume. A maioria dos contatos indicavam a rota italiana, até porque foram feitos com italianos, ou a Cosmic (4 cumes, ou Cosmique).

Pra mim, a ideia era deixar a programação e a rota serem definidas pelo guia, que nos conheceria no programa de aclimatação. Além disso, tem a questão do tempo, que pode mudar tudo!!! Toda decisão na montanha é altamente dependente (ou totalmente) das condições climáticas.

Em maio fechamos com o guia Ezio Marlier, que se mostrou aberto para avaliar as opções de rota. Fechamos uma programação prévia com ele, que forneceria também os equipamentos que não tínhamos (ou não queríamos levar e carregar o tempo todo!).

Em abril comprei minha passagem, aproveitando o lançamento do voo direto entre Brasília e Paris. De Paris segui para Genebra e de lá fomos para o Vale d’Aosta na Itália. Esse era o roteiro básico.

A partir daí começamos a organizar as planilhas com o dia-a-dia da viagem, com hospedagem, distância, altitude, custos, etc considerando a programação inicial para aclimatação, o ataque ao cume do MB, e depois o TMB. As dicas da viagem, no final do texto, têm os contatos dos refúgios, cidades, hotéis, guias, etc. Vamos para a viagem J...

Viajei no dia 22/ago à noite, e chegamos no dia 23 à noite em Aosta...mais de 24h de viagem, 5h a mais de fuso. O dia 24 foi para o descanso merecido, apesar da dificuldade de adaptação ao fuso, principalmente para dormir. Pegamos o final da temporada de verão, muitos turistas, festival de música de rua, mas um ritmo tranquilo para curtir, ir pra montanha e descansar.

A região do Vale d’Aosta é linda. A cidade tem a parte antiga, com vários pontos históricos da época medieval. Ficamos no centro, numa construção antiga, mas que nos atendeu super bem, principalmente pela localização. As construções têm um padrão das cidades de montanha, muitos telhados são cobertos com uma pedra local (losa), todos os espaços são aproveitados para fazer hortas, tem florzinhas por toda a parte...um encanto! Isso sem falar nos muros, torres e castelos medievais.

Feira na Piazza E. Chanoux, em frente ao Hotel des Etats...que tem uma longa história!

Rua típica do centro.

Ruínas do Teatro Romano.

Arco do Augusto, no começo da rua, ao lado de onde ficamos.

Aosta é um ponto central para fazer várias montanhas, pois está cercada pelos maciços Gran Paradiso, Monte Rosa, Cervino (Matterhorn), e Mont Blanc. Indicação do Ezio. Se eu tivesse avaliado a região antes da viagem, acho que ficaria só com a programação de montanhas, e pularia o trekking (TMB). Tem muuuuuita coisa legal pra fazer, e é tudo perto e de fácil acesso.

Vi várias dessas esculturas de madeira pelo centro...(Fernado Casetta)

Esta estátua em frente ao Hotel des Etats simboliza um dos rios que corre pela cidade.

Os telhados cobertos pela pedra losa, típica da região.

Hortas...tem por toda parte, onde tem um espaço 'sobrando'!!

Detalhes...

Começamos o ciclo para aclimatação no dia 25. A primeira montanha foi o Monte Emílius, que era a paisagem de fundo da nossa sacada no B&B. A previsão era de o tempo piorar, chover no dia seguinte, mas já pegamos uma virada na subida para o cume, onde ficamos sem visibilidade nenhuma. Uma pirâmide de 3.559m, a subida é toda em pedras, e fica bem mais íngreme e ‘esfarelante’ perto do cume. A aproximação é linda, muito verde, flores, lagos. Mas, a paisagem na montanha não estava bonita, e juntando com várias plaquinhas de mortos pela subida, não me conquistou. Eu não fui preparada para uma virada no tempo e passei muito frio. Não foi divertido L. Dormimos no abrigo Arbolle, a 2.500m.


Monte Emilius, visto da cidade.

Paisagens da aproximação...alguns lagos, visual das montanhas, e florzinhas...

Alpes que cercam Aosta.

No começo da subida pelas pedras já se percebia a mudança no tempo :(

Ovelhas...

E florzinhas lindas!

Como em outras montanhas áridas, é impressionante!

No dia seguinte, chuva!! Descemos debaixo de chuva, chegamos em Aosta com chuva. Nesse dia também conhecemos o Ezio. Todos, ficamos surpresos com a recepção dele, que nos ajudou com todas as dúvidas; equipamentos; tivemos problemas com uma bagagem que não chegou; ele emprestou tudo o que precisamos, sem custos. Os italianos são bem parecidos com os brasileiros, nos tornamos amigos!


Em Cervinia, amanhecer no Matterhorn!

No dia 27 seguimos com a programação guiados pelo Ezio. Escalamos o Breithorn Ocidental (4.165m) e o Central (4.159m). Para compensar o dia anterior, esse dia estava lindo! Desde a chegada em Cervinia, para tomar o teleférico, com a visão do Matterhorn no amanhecer, com os picos avermelhados se destacando na cordilheira. Maravilhoso J! Essa é uma escalada muito bonita, tanto pelo visual da região quanto pela crista que escalamos. E, é uma escalada fácil, pois o teleférico (cable car – Cervino Ski Paradise) sobe até 3.480m, e no início atravessamos as pistas de esqui/glaciar até iniciar a subida.


Saída do glaciar para iniciar a subida do Breithorn.

Cume do Breithorn Ocidental - 4.165m.

Caminho do cume com o Matterhorn no fundo.

Sequência do próximo cume. Olha as cornijas por onde passamos...Breithorn Central.

Deixando os cumes...

O local é uma estação de esqui super famosa, uma das únicas que permanecem abertas mesmo durante o verão. O teleférico subiu absolutamente lotado de esquiadores profissionais, muita gente bonita, e totalmente fashion! Não dormimos em abrigo, retornamos para Aosta. Achei perfeito. Melhor subir e descer todo dia, e ter mais conforto. Com isso mudamos a programação inicial, que era em seguida subir o Castor e o Pollux.

Os próximos 4.000 foram a Piramid Vincent (4.215m) e o Balmerhorn (4.167m). Pegamos um vento muito forte no cume da Piramid (60-70km/h), muito frio, e tivemos de descer rápido de lá, sem curtir o visual. Seguimos para o Balmerhorn, onde encontramos um “Cristo Redentor”. É impressionante como a religiosidade está presente em quase tudo na região. Encontramos santos, imagens, cruzes e crucifixos em várias montanhas.


Começo da escalada da Piramid Vincent (4.215m)

Panorama da montanha.

Cume, com vento muito forte.

Subida final, nas pedras, para o cume do Balmerhorn. 

Cume, com o Cristo (4.167m).

Apesar do vento, tivemos mais um dia de sol, com paisagens lindas, muitas gretas, várias cristas, vimos um treinamento de resgate em greta. Perfeito! Retornamos para Aosta. O início da escalada também se dá a partir do ponto que o teleférico (WWW.monterosa-ski.com) nos deixa, e o acesso é fácil.

Trecho final atingido pela avalanche que matou Shay Casey em 31/07.

Nessa escalada, no maciço do Monte Rosa, na descida dos cumes passamos pela região atingida por uma avalanche que matou um dos colegas do meu grupo da escalada do Aconcágua no final do ano. A tragédia ocorreu umas três semanas antes de eu embarcar, e me deixou bastante chateada, e preocupada com as condições climáticas adversas desta temporada.

Em princípio, o programa inicial de aclimatação estava concluído, mas a previsão do tempo era ruim para os dias seguintes, o que inviabilizava a agenda inicial para a tentativa de cume do Mont Blanc. Resolvemos esperar, revimos a hospedagem em Aosta, mudamos a data inicial do TMB e agendamos mais uma escalada. Com isso ficamos ainda mais 2 dias em Aosta.

O tempo estava bem estranho, várias fotos 'nas nuvens'...

Cume da Punta Giordani (4.046m), mais uma santa, e dessa vez tinha caixa de cume!

No dia 31 fizemos a Punta Giordani (4.046m), uma escalada mais curta e mais íngreme, na mesma região do Monte Rosa onde havíamos feito as últimas ascensões. A previsão de janela para o cume do MB mudava todos os dias, e precisávamos tentar para não comprometer a agenda do TMB. Na verdade, o tour era a principal motivação da viagem para os demais colegas do grupo. 

Havia uma chance para o dia 02set partindo pela rota normal (francesa), pois a condição climática/ventos mantiveram o teleférico de acesso ao Aiguille du Midi fechado por alguns dias, impossibilitando a tentativa pela rota Cosmic, nossa primeira opção, pela falta de acesso e pelos altos riscos da rota.


Tentativa pela rota normal. Subida para o Gouter. No começo, só pedras.

Pegamos o tempo meio fechado, mais fácil para encarar a subida...

Chegando na parte nevada, perto do refúgio Tete Rousse.


Seguindo para a via ferrata.

O maior complicador da rota normal, além do congestionamento de ‘pessoas’, pois é a mais fácil das rotas, é conseguir lugar nos abrigos, mas tivemos sorte (muita sorte) e conseguimos agendar no Refúgio Gouter. 

São necessários dois dias para a ascensão. No primeiro dia (01set), pegamos um teleférico (Les Houches), depois um trem/tramway para o Nid d’Aigle (2.372m) para iniciar a subida pelas pedras. O tempo estava meio fechado, o que ajudou na subida, que é longa, mas tranquila. Isso até chegarmos na via ferrata, que dá acesso à parte nevada da montanha. Aí, com vários trechos muito expostos e gelo nas pedras é preciso bem mais cuidado. Enfim, no entardecer - LINDO, chegamos no abrigo para comer, dormir e nos preparar para atacar o cume. Subimos um desnível de 1.445m verticais até o Gouter, que fica a 3.817m. O abrigo Gouter é lotado, caro, sem água, comida ruim, atendimento ruim, mas vamos lá...era a nossa chance!

Mais perto do Gouter...

Chegando no refúgio, esperando o pôr-do-sol!

Quase...

Sem preço!!!

Passando o refúgio antigo para entrar no Gouter.

Levantamos umas 2:30h, acho que saímos antes das 4h da manhã, e, ao sair víamos as filas de lanternas na subida para o cume. Eu torcia para amanhecer logo, mas não amanhecia nunca, e o tempo foi mudando, piorando, os ventos aumentando até que chegando perto do abrigo Vallot (um refúgio de emergência) o vento já estava me derrubando. Foi o tempo de chegar, entrar e ficar lá torcendo para que o vento melhorasse. Refúgio lotado!!! Todo mundo esperando, se conectando com a previsão do tempo, aguardando boas notícias para seguir.

Apesar da discussão das várias opções que tínhamos, aos poucos todos os grupos foram desistindo da tentativa. Dois colegas que haviam seguido para o cume mais cedo retornaram falando da dificuldade de ficar em pé com os ventos, da falta de visibilidade e do alto risco da tentativa. Eles desistiram após subir a primeira crista, que vinha na sequência da rota. Eu teria congelado!

Dentro do Vallot, congelando e esperando...

Tínhamos feito uma boa parte do caminho, mas a parte mais difícil da rota normal ainda estava por vir, com as duas cristas do Bosses, que são super expostas! Desistimos e descemos, como todos os demais montanhistas que estavam lá, pois todas as informações indicavam que a situação não melhoraria. Neste dia, mais um montanhista morreu na região do Monte Rosa, derrubado pelo vento! Todas as fatalidades que ocorreram na montanha nesta temporada aconteceram com grupos/montanhistas guiados e experientes, e não com turistas perdidos. O tempo não estava ajudando em nada, ficamos vários dias sem janela para o cume!


Tchau MB...até breve!!! 

Na volta, paramos para uma cerveja no lugar onde descemos do teleférico. Afinal, merecíamos comemorar de qualquer forma. A logística de transferir as bagagens de Aosta para Courmayeur (de onde partiríamos para o TMB), mudar reservas, etc foi toda facilitada pelo Ezio, que nos apresentou outros amigos no processo, facilitando muito nossa vida!

No hotel em Courmayeur, com a Lodo e o Ezio, e vista para o Dent du Géant ao fundo.

Passamos o dia 03set em Courmayeur na companhia do Ezio e da Lodo, mais uma amiga querida desta viagem. Visitamos a feira local, lavamos roupa, saímos para jantar – um risoto maravilhoso do queijo local, e, enfim partimos para o trekking.


Estas floreiras estão por toda parte nas ruas de Courmayeur :)

Nosso hotel, ao lado do rio e com vista para as montanhas...

Eu fechei com o Ezio que se houvesse alguma janela para tentar o cume do Mont Blanc durante os dias em que eu estivesse por lá eu tentaria novamente. Fiquei na expectativa, mantivemos contato e conseguimos uma janela no dia 08set!!!

Continuando...no dia 04 partimos para o TMB – saída de Courmayeur – Val Ferret – La Fouly. Saímos de Arp Nouva a 1.769m, só subida até o Refúgio Elena (2.061m) e depois até o Col Du Gran Ferret (2.537m). No colo estava ventando bastante, bem frio, paramos para comer e seguimos. Depois, só descida!! Chegamos em La Fouly – 1.600m, na Suíça, Hotel Edelweiss.


São vários tipos de indicativos nas rotas...

...mas, é bom saber pra que lado quer ir :)
Largada....muita gente mesmo, só subida até o Col du Gran Ferret.

Logo depois do refúgio Elena, com um dos muitos glaciares do caminho ao fundo.

Colo = 2.537m.

Depois do colo só descida, descida, descida...

Antes de chegar em Ferret, a trilha já vira um passeio, com as montanhas no fundo.

Aiguille de Triolet.

De La Fouly seguimos para Champex-Lac, Gite Bom Abri, e dá-lhe mais descidas. Na primeira parte da trilha seguimos por um bosque/floresta muito bonito. Muuuita descida, depois subimos um pouco pela ‘rota dos cogumelos’ e descemos de novo, chegando a Champex-Lac (1.444m, ~15Km de trilha, fácil).

É bem grande a diferença do público do trekking para o público da montanha...e a vontade de voltar pro gelo só aumentava! A parte boa do trekking é a comida dos abrigos J!! O TMB do lado da Suíça não tem vista para o MB, mas passamos por lindas paisagens. Adorei andar pelas montanhas verdinhas com muitas vaquinhas tocando seus sinos que ressonavam pelo caminho. As construções são bem típicas, muita madeira, pedras, janelinhas floridas. Tudo parece cartão postal! E claro, aproveitei para comer mais os laticínios, queijos, iogurte, leite....muito bom!!


Tem opção pra todo mundo!!! :D

Quer tentar outra viagem??

Melhor não!!!

Essa berry....sim!!!!

Passeando no bosque...

Literalmente...

Lindas!

Para o terceiro dia (06set) tínhamos a opção de uma trilha mais difícil, subindo até chegar no colo que tinha vista para o glaciar do Trient. Nesse dia pegamos um desnível bem grande, e uns 19-20km de trilha. O colo fica a 2.665m, e descemos para Trient a 1.200m. Afffff......enfim, chegamos no Auberge Mont Blanc, em Trient. O dia foi longo!

Depois de subir pela floresta, só pedras...

Sobe, sobe, sobe...

Até o colo, que dá vista para o glaciar...(2.665m)

Glaciar do Trient.

Agora só desce, desce, desce...

Visu do vale na descida...

Enquanto a gente espera...se diverte!

Nos contatos com o Ezio para saber das condições de cume para o MB, tivemos a confirmação de uma janela para o dia 08set (única janela do período!!). Daí, resolvi não fazer o trekking do dia seguinte (07), que também seria puxado, e decidi seguir para Argentier (bus/trem) e sossegar para o ataque no dia seguinte. Argentier é uma ‘vila’, e estava bem agitada no domingo, com muitas motos, turistas e uma vista linda das montanhas nevadas.


Na porta da igreja...

Paisagem típica das cidades de montanha.

Um clássico por lá ;)

O plano do Ezio foi nos pegar em Argentier às 7h, de onde seguiríamos para o Aiguille du Midi para escalar pela rota dos 4 cumes, a Cosmic. Dormiríamos no Tete Rousse (em princípio, o Gouter não tinha vaga), e terminaríamos a descida no dia seguinte, dando uma volta no maciço – perfeito!!!


Aiguille du Midi pra trás...

Mont Blanc du Tacul pela frente...os pontinhos pretos no colo são montanhistas...

No dia 08set, saímos às 7h para pegar o primeiro teleférico para o Aiguille du Midi. Chegando lá, nem tivemos tempo de olhar pro lado, colocamos os equipamentos e entramos na crista, descendo para o colo que dá acesso ao início da trilha para a escalada do Mont Blanc du Tacul (4.248m), o primeiro cume da rota. O dia estava lindo, em princípio sem vento, sol, céu azul....tudo perfeito!! Na subida do Tacul ficamos na sombra e entramos numa nuvem mais no final da subida. Depois do cume do Tacul seguimos por uma parte muito gretada da montanha que a liga ao Mont Maudit. As gretas são lindas, mas assustam...Já com sol, passamos as gretas para acessar as ‘paredes’ do Maudit (4.468m). Já tinha lido bastante sobre a inclinação do Maudit, mas só mesmo estando lá pra saber como é.


Subida do Tacul, no meio das nuvens....

Buscando o sol.

Quase lá...

Cume do Tacul :), foi o primeiro...(4.248m)

As gretas do colo entre o Tacul e o Maudit.

Bonito!!!! mas...é bom ficar bem longe!

Parada pra comer, e decidir por onde atravessar...

Mais gretas....

Hora de encarar as 'paredes' do Maudit!!

Federico na segunda cordada.

Quase no final :D

Vista super empolgante no cume do Maldit (4.468)! Já se tem a vista direta do Mont Blanc ;)

A sorte é que as subidas são íngremes, mas relativamente curtas, e o gelo/neve estava ótimo. De qualquer forma, é preciso usar as técnicas de chutar o gelo com os crampons e usar o ice axe. Depois da parede final já dá vontade de comemorar!!! Além dos cumes conquistados, a gente já tem a vista direta da rota para o MB, e uma super vista da cordilheira J!! É fantástico...LINDO!!!

Cume do Maudit com o visual...

Descemos, atravessamos o colo entre as duas montanhas, paramos para comer (fundamental pra mim!!!) e seguimos. A subida para o cume do MB é tranquila, mas cansativa, o cume parece que não chega nunca! A sorte é que a gente o vê ‘logo alí’, e segue. Um passo atrás do outro....até chegar no CUME!! Lá, só festa!!! J J J Eu estava num dos lugares mais lindos que já conheci.


Descendo pra subir de novo....'logo alí' ;)

Chegando no cume...


Mont Blanc - 4.810m :D

Eu e Ezio.

Só festa!!!

Hora de descer...quem quer sair de lá com esse visual???

Muito lindo! As arestas de subida pela rota normal....agora descendo!

Abrigo Vallot no fundo. Nem parece que já estive congelando alí dento...

Tudo LINDO! com a luz já mudando...

Éramos os únicos no cume, e os únicos que fizemos a Cosmic! Outros montanhistas fizeram o cume pela rota normal, e já haviam descido. Pegamos bastante sol na subida, e depois da comemoração sol na cara em toda a descida! Chegamos no Dome do Gouter (4.304m, 4º cume do dia) já com uma luz de entardecer, e a paisagem ficava cada vez mais linda! Seguimos, e paramos no Refúgio Gouter para checar se não havia mesmo vaga, pois, caso contrário, teríamos de iniciar a descida pela via ferrata até o Refúgio Tete Rousse (3.167m). Com sorte, conseguimos ficar por lá...que, apesar de caro e ruim, evitou uma descida no entardecer, já cansados, pela pior parte da descida para o vale!


A rota, o cume, e tempo total de escalada :)

No dia 09 pela manhã descemos a via ferrata, seguimos pelas pedras até a estação de trem de Nid d’Aigle, depois de teleférico até Les Houches, e de lá para Chamonix...fechando a escalada! De novo, toda a logística foi facilitada pelo Ezio que correu na frente e pegou o carro que havia ficado no estacionamento do teleférico do Aiguille du Midi, e já estava nos esperando quando descemos em Les Houches, com nossas bagagens!

Hora de descer...olha a cidade lá embaixo.

Entrando na via ferrata!

Chamonix encanta!!! A vista direta do MB, e a cidade cercada de montanhas é belíssima J. Apesar da fama de ser uma cidade cara, achei os preços bem parecidos com os que encontramos nas demais cidades por onde passamos. Muita gente bonita, vários esportes de montanha, o céu colorido de paragliders, e o MB na sua cara! Fantático!!!! EU não queria mais voltar...ficaria por lá numa boa ;)


Paragliders pintando o céu....muitos!!

O maciço do Mont Blanc, o glaciar, o rio, e eu ;)

As figuras que descobriram a montanha :D

Pintura famosa na rua central da cidade.

Detalhe da pintura.

Mas, a viagem estava no final...só mais um dia em Chamonix e depois Genebra pra voltar pra casa. Foi uma viagem maravilhosa, apesar dos contratempos e estresses, que considero normais em alguns casos. Continuo encantada com os Alpes, com as paisagens, montanhas, cidades e pessoas que conheci. Sou imensamente grata por esta oportunidade e espero voltar várias vezes pra esse paraíso J! Ainda tenho muitas montanhas para subir por lá ;)

Genebra - passeio de barco, acho que tudo fica em torno dele...

Café típico no centro.

Torres da catedral de St. Pierre.

Rua típica do centro.


DICAS:

- Cume: tudo tem seu tempo, e é extremamente importante respeitar a montanha. Sem janela, sem chance. Outro fator de sucesso, ser independente, você e um guia = perfeito!

- Itália: já fui com desejo de tomar sorvete (só lá!!!), café, e de comer o tiramissú – maravilhoso. Lá, ainda me esbaldei com as carnes secas (copa, parma, e mais um monte de opões que nunca tinha ouvido falar!), e...com os mirtilos - adoro J!
Em Aosta ficamos num Bed&Breakfast (que na verdade era um flat) ao lado do arco de entrada da Via Sant’Anselmo:
Muito bom! Os donos, super simpáticos nos ajudaram com a mudança das datas, com as roupas sujas e com a complicação da falta de uma das bagagens!
- Courmayeur: http://www.tavernier.it, fechamos pelo Booking. Excelente!!


- Suíça: os sinos das vaquinhas nas montanhas....deveria ter gravado! Dá uma paz...
E, comer, claro - queijos, iogurtes, laticínios. Só ficamos nos abrigos de montanha. Os nomes ficaram no texto, mas é possível consultar o site http://www.autourdumontblanc.com/en/, que dá todas as dicas para o trekking (TMB).
Passamos por Genebra na volta, com tempo apenas para dar uma volta pelo centro da cidade, fazer um tour pelo lago, e comer bem ;)

- França: Em Chamonix ficamos no Hotel Le Chamonix, no centro. Local perfeito para conhecer a cidade, perto de tudo. Vale a pena contratar o café da manhã também!! Agendei pelo Booking: http://www.hotel-le-chamonix.com/.

- Vinhos, experimentei os locais sempre que pude; a maioria, maravilhoso! Não é lenda...em vários lugares é mais barato que a água mineral!!

- TMB: comer as ‘berries’ pela trilha, fantástico! Fiquei impressionada com o acolhimento nos abrigos. Em alguns, os ‘donos’ (em regra, um casal) se viravam para fazer tudo, muitos não falavam nada de inglês, mas eram sempre solícitos, principalmente na Suíça. Também lá, tivemos wi fi em todos os abrigos, e na França em nenhum!

- Tivemos muita sorte com os guias. O Ezio, desde o começo foi um amigo, e escolheu os outros guias que precisávamos para o cume. Um guia leva no máximo 2. Na primeira tentativa fomos em 4 pessoas, 2 guias, 2 cordadas. Na segunda, duas pessoas, 2 guias, 2 cordadas. Na primeira tentativa o segundo guia foi Marco Camandona, conhecido no Brasil por ter escalado o K2 (8.611m, uma das montanhas mais perigosas e difíceis do mundo) com o Waldemar Niclevicz. Ele tinha acabado de retornar de uma expedição ao Kangchenjunga (8.598m, a terceira mais alta do mundo), e tem um super curriculum. Na segunda tentativa o Federico Camangi, que além dos esportes da montanha também voa! O Ezio é super experiente, estava sempre nos motivando, é famoso pelas escaladas em cascatas de gelo, e tem vários tutoriais no Youtube. Todos tiveram muita paciência com o grupo ;)
Seguem os contatos:


O Ezio foi o fotógrafo oficial das escaladas, praticamente todas as fotos foram tiradas por ele. Super obrigada Ezio! :D

- O livro da viagem: Walden, do Thoreau. Um clássico absolutamente fantástico! Adorei :)

- A música da viagem: A sky full of stars, Coldplay...




Até mais, Alpes...com certeza voltarei ;)

Um super agradecimento aos amigos que me ajudaram nos treinos, na alimentação, na torcida!!! :D