Aproveitando o
feriado da Páscoa, o melhor do ano pra mim, fui conhecer a Chapada das Mesas,
no 'sul' do Maranhão. Procurei por empresas na Internet e acabei encontrando
um operador local, fiz contato em janeiro, fechei, e fiquei torcendo para
aparecerem outros interessados, porque o preço solo era muito caro. Por fim, ganhei mais duas companheiras para a aventura!
Eu não sabia muita
coisa, somente o que li na divulgação dos pacotes, e em regra, só falam de
cachoeiras e mais cachoeiras. Fiquei na expectativa de conseguir fazer algum
trekking para chegar a elas, mas a maioria não exige muito esforço, bem
diferente do que temos aqui na Chapada dos Veadeiros.
Indo de Imperatriz para Carolina, vimos o céu muito colorido, até paramos para ver se era isso mesmo. Lindo!
Vista dos platôs da Chapada, do Portal, com a estrada cortando.
Fiquei
impressionada com a infraestrutura da maioria dos lugares que visitei. Quase
todos em área privada. O povo já descobriu que tem de cuidar para continuar
ganhando...sem preservar, o turismo ecológico vai desaparecer! Construíram
plataformas e pontes suspensas, de madeira, nas principais atrações, impedindo a
erosão. Colocaram monitores em vários pontos para apoio e controle dos acessos,
o que ajuda a manter a segurança, evitar que deixem lixos, e também controlam o
fluxo.
O voo de Brasília
foi para Imperatriz, e de lá mais umas 2h:30 de estrada para Carolina, seguindo
para o sul, na direção do Tocantins. Na estrada já é possível ver a
riqueza natural da região, uma mistura de chapada com jalapão! Muitos rios,
mesas, verde pra todo lado. Passamos pelo rio Tocantins, cuja bacia nasce aqui
perto de casa. Seguimos pela região onde ele foi represado e segue, passando
por Carolina, subindo em direção ao mar. Muito lindo! Uma pena não ter dado
tempo de navegar por ele.
No dia que chegamos
só deu para dar uma volta na cidade, e pegar o finzinho da tarde no rio. Até porque, eu só pensava em jantar! Kkkk
No dia seguinte, quinta-feira,
que ainda não era feriado para a maioria (quinta), aproveitamos para conhecer os lugares
mais bonitos. Aliás, difícil dizer o que é mais bonito por lá. Mas, fomos para
o Encanto Azul pela manhã. Um lugar de nascentes com água cristalina, fantástico.
E, com água azul! Como fui na época das chuvas, todos os rios e cachoeiras
estavam muito cheios, e eu não esperava águas cristalinas. Mas, esse local não
recebe água dos rios da região, então, com as pedras calcarias, a água tem um
tom incrível.
Chegando no Encanto Azul. A água que segue do poço é completamente límpida.
Um poço com nascentes por todo lado!
Do alto é mais fácil pegar a cor da água :)
O local também é abraçado pelos paredões.
Fundo calcáreo e peixinhos...
Descendo pela mata e pedras, vimos como tudo na natureza se transforma!
A chegada da Santa Bárbara é linda, mas é bem difícil conseguir a foto dela inteira, e sem chuviscos!
Também uma das mais lindas que já conheci!
Olha uns corajosos aí, que seguiram por uma corda na lateral.
O acesso pelas pontes, tem a derivação que leva para a Gruta de Sta Bárbara. O lugar é incrível!
A decepção com o famoso Poço Azul...que estava dessa cor aí!
Bem diferente do azul da camiseta do guia, eu preferi tomar banho de cachoeira nas pedras!
Na sexta fomos para o Complexo da Pedra Caída pela manhã, e conheci uma das cachoeiras mais bonitas do Brasil, não pela altura da queda, mas pelo santuário que a abriga. A primeira cachú do dia foi a cachoeira da Caverna. Chegamos por uma gruta e ela fica abraçada pelos paredões, padrão do local. Muita água! Seguimos para a Capelão. Aí já encontramos um grupo grande chegando e tivemos de correr na frente para fazer as fotos. Depois, seguimos para a Santuário...a mais incrível. O acesso é feito pelas trilhas tabladas até um cânion, onde se segue pelo rio, cercada pelos paredões de ~50m até chegar ao santuário, literalmente santuário! Os paredões abraçam a cachoeira, muita água, quase não conseguimos ficar olhando para a queda por causa do volume e do vento. Quando o sol bate nos paredões o visual fica maravilhoso! É um lugar que não dá vontade de sair. Só mesmo depois de um bom tempo, quando o frio toma conta. Adorei!
Cachoeira da caverna...
Capelão.
Seguindo para o Santuário, vimos o paredão onde faziam rappel antes...foi abandonado, trocado pela tirolesa.
Descemos os paredões pela trilha tablada até chegar ao cânion...
Já dá pra aproveitar o banho...eu moraria por alí :)
Entrada do Santuário...
Muitas tentativas para fazer essa foto sem os respingos d'agua. Mas dá pra ter uma ideia da maravilha que é!
Muito vento e muita água na cara!
Só alegria!!!!
O nosso guia, Oziel, tem seu cantinho sagrado (a esquerda).
Retornando pelo cânion...
Lyz na tirolesa de 1400m. Ziiiiiiip!
A subida do morro, passando pela capela de N. Sra. da Encarnação.
Mirante de borda infinita :)
Visual do mirante, com as mesas, o rio Tocantins, a cidade...
Seguimos então para o pôr-do-sol no Portal da Chapada! Paramos ao lado da estrada, entramos numa trilha de areia até as pedras que levam ao Portal. O desenho é quase um mapa do Tocantins, e me lembro de ter uma foto muito parecida no Jalapão! O visual das mesas ao redor, muito verde, o rio Tocantins, a cidade, os paredões. Lindo!!!
Também ficaria por ali...queria esperar a lua cheia nascer, seria fantástico, mas não rolou! Faltaram as araras...
Oziel no Portal da Chapada.
Eu achei meu canto :), com o morro do Chapéu ao fundo.
Eu ficaria ali, esperando a lua cheia nascer...
Subindo um pouco mais para curtir outros visuais. As sete Marias.
A Lyz ficou perto do Portal e fez essa foto show!
Nesse dia fiquei
bem assustada logo cedo, quando passamos pelo Portal e tinha vários ônibus de
turistas entrando :O! Descobri que o povo do Pará invadiu essa região. MAS,
eles ficam nos pontos mais turísticos e não encaram a maioria dos programas.
Então, não teve muvuca. Conseguimos casar nossos passeios no contra-fluxo da
maioria. Foi tranquilo! Isso sem falar que se paga para tudo! Uma média de R$
35 a R$ 45 para entrar na maioria das cachoeiras, alguns lugares são mais
caros, como o Complexo, que cobra R$ 60 só para entrar, além de cobrar por cada
acesso dentro da área deles! O Sr. Pedro (Pipes) é o dono do pedaço, assim como
da maioria das coisas na região...um empreendedor!
No sábado fomos
para o Parque Nacional. Estrada de terra (muita), alguns desvios por causa da
chuvarada, e chegamos nas maiores cachoeiras em volume d’água da região. Parece
que o parque abriga mais de 400 nascentes, mas visitação é permitida em poucos
pontos do parque. Fomos primeiro a cachoeira da Prata. Chegamos na casa de um
senhor que controla a entrada, pagamos, e já estávamos ao lado da cachoeira...super
cheia, muuuuita água! Não dava nem pra chegar muito perto sem tomar um banho J. Aliás, esse foi o banho, porque não entrei na água, sem chance de encarar o rio.
Prata...muuuuita água!
Todo mundo molhado, só de chegar perto!
Seguimos para a São
Romão...de novo, muuuita água! Nada de entrar no rio, mas rolou um banho nas
quedas laterais, perto da passagem que dá acesso a uma caverna que tem por trás
das quedas, que estava inacessível por causa do volume de água. Uma pena, mas
faz parte! Ficamos por ali, curtindo aquele paraíso de águas por um tempo e
pegamos a estrada de volta. O almoço foi na casa de outro morador do parque, na
São Romão. Na volta, comprei um litro de azeite de babaçu com as famílias da
área...só pra passar perrengue no aeroporto J, sou especialista nisso! O acesso ao parque é bem restrito, exige 4x4,
e se anda bastante.
Tem uma prainha na São Romão. Pra ver a cachoeira do meio do rio Farinha, tem caiaques.
Muuuuita água. O banho foi nas quedas das paredes laterais.
Nesse dia, eu quis
participar da missa, vigília pascal, na igreja matriz de Carolina. Ainda bem
que eu lanchei bem antes de ir, porque foram mais de 3h de missa...isso mesmo,
mais de 3h! Como a nossa pousada ficava fora do centro, a uns 2Km da entrada da
cidade, o nosso guia/motorista, o Oziel,
fazia a gentileza de nos levar. Nesse dia, só encontrei as meninas depois da
missa e voltamos para a pousada, onde lanchei de novo! Dancei na janta, mas foi
ótimo!
No domingo, nosso
voo era de noite, então, arrumamos outro programa de meio dia para aproveitar.
Esse foi o único dia que choveu durante o dia, mesmo assim, na hora do almoço,
quando já havíamos retornado do trekking. Uma sorte, porque fui preocupada com
a previsão da meteorologia, que era de chuva todos os dias, o dia todo! Ainda
bem que não rolou essa chuvarada...
Entrada do trekking, Mirante da Chapada. Eu, Oziel e Cláudia.
O guia Beto fez essa panorâmica top!
Curtindo o visual das mesas, o rio Tocantins aparece no fundo.
Mais mesas, os pilares da chapada!
Fui para uma
trilha, leve, bem leve, no platô de uma das mesas, de onde se tem o visual dos
portais, pilares e morros da região. Isso em meio ao nosso querido cerrado, mas
percebendo algumas variações no terreno. Descobri que existem algumas opções de
trekking também, e até comentei que eles deveriam divulgar, porque, eu, por
exemplo, teria feito essa opção, que vai ficar para a próxima! Os pacotes que
eu encontrei são do circuito das cachoeiras. Além das que eu fiz, devem ter
muitas outras opções. Daria para passar um bom tempo por lá, curtindo a
natureza.
Abençoada pela mãe Natureza!
Super-recomendo a região. Matei um pouco a saudade do jalapão, que é bem parecido, e fiquei com vontade de quero mais!
Ziiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiip :)
DICAS:
- Verifique as
opções de empresas na internet, porque lá descobri outras agências, e vi que
cobram preços bem diferentes! Algumas opções que descobri lá: Ilton Tour e Mirante
da Chapada das Mesas. Mais fáceis na Internet são a Desviantes e Cia do Cerrado, essa última que eu fui.
- Ficamos na
Pousada do Lajes, e o pessoal é top! Super gente boa, e o espaço é muito legal.
O fato de ficar fora da cidade limita um pouco a opção de ficar perambulando por
lá, mas a gente sempre passava lá na chegada dos passeios e voltava para
jantar, tudo isso com o Oziel, que ‘adotou’ a gente no feriado (e nos obrigou a
ouvir música brega!!! Kkkk)! Brincadeiras a parte, ele foi super atencioso
conosco ;).
- Apesar dos ônibus
de turismo do Pará, é possível tentar um contra-fluxo, mesmo nos feriados.
Imagino aquele paraíso só para os apreciadores nos dias normais. Demais! Os
períodos da chuva e da seca também devem ser bem diferentes. Nessa época
pegamos os rios muito cheios, e vimos marcas de mais de 4m de altura em alguns
pontos, que indicavam onde os rios foram parar esse ano. Parece que não chovia
tanto assim há anos, e, não podemos reclamar!