quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Minas, montanhas e família

(28out – 05nov)


Mais feriado, mais viagens...essa tinha sido planejada há tempos! Demorou, mas saiu J.

A cidade onde nasci fica na Zona da Mata de Minas, extremo norte da Serra da Mantiqueira. Sempre que ia ficava namorando as montanhas, mas nada de ir para os parques que não ficam tão longe assim: Caparaó e Ibitipoca continuam na minha lista! Mas, descobri um parque estadual mais perto ainda, aí resolvi que tinha de ir ;)
Juntar a visita à família com umas trilhas foi perfeito, mas precisei de mais um tempinho pra isso, que consegui emendando a semana do feriado.

Meu pai - Antonio, eu, Roberto, Luciano e minha mãe - Vera...só faltou o Filipe!

Uma das encantadoras surpresas da estrada, onde paramos para almoçar na ida...
  
O Parque Estadual da Serra do Brigadeiro tem acesso a sua sede por duas portarias, uma em Araponga, que eu conheci, e a outra em Fervedouro. Ele se estende por vários municípios e ainda sofre com o processo de legalização de todas as suas terras. Bom, tem coisa que não dá pra entender mesmo. Por isso, eles não cobram entrada, não cobram pelos serviços e continuam precisando (muito) de verba e apoio do Governo. O parque é uma das mais importantes reservas do estado, possui nascentes que contribuem para a formação de duas importantes bacias hidrográficas: do rio Doce e do Paraíba do sul. É um divisor de águas. Além disso, tem fauna e flora ricas da mata Atlântica, que precisa de muuuita proteção.

Entrada de Araponga, de onde se segue para uma das portarias do parque.

Mapa do parque, com as cidades vizinhas.

Na sede do parque  :)

Fui com a minha família, viajamos no fim de semana. Chegamos a Guiricema no sábado, fomos super bem recebidos pelo tio João e tia Helena, que nos receberam em sua casa. À noite, os primos Aloísio e Rosana prepararam um churrasco pra nos receber. No domingo foi uma feijoada na roça do tio Antônio, mais tarde festa na casa de outra prima e por aí foi...se deixar os dias passam com muitas visitas e aquela comilança!

Tios  João, Marli e Antônio sentados com minha mãe, e na janela tio Aurélio e tia Nilma :)
Essa é uma parte da casa onde eles nasceram e cresceram, na roça.

Vi a vaquinha e resolvi querer também :)

Tio João foi lá e resolveu meu problema!!! 


O Lu me viu de bigodinho e quis fazer um também :D

Visitamos outros tios em Visconde do Rio Branco, e nas roças da redondeza, tudo pertinho, e tudo cercado de montanhas! J Muito bom encontrar todos os tios e primos que passo muito tempo sem ver. A comida, os doces e os queijos são uma história à parte! Pelo menos se eu morasse por lá teria muitas montanhas pra subir e compensar as calorias a mais...

Na varanda da casa do tio João (outro), ele, Roberto, Luciano, pai, tio Tarcísio, Loyanne e tia Zélia.

Uai sô, elas também merecem uma foto ;)

Muitos rios secando pelo estado, uma tristeza...esse aí corre no quintal do meu tio!

Todo mundo, entraram aí o Gabriel e o Felipe, filhos da Rosa.

Para visitar o parque da Serra do Brigadeiro é preciso agendar e receber autorização. As trilhas são guiadas pelos funcionários do parque. Eu tinha avisado com antecedência, e consegui ir numa data que eles fecharam um grupo para fazer a trilha da Pedra do Pato, a segunda montanha mais alta do parque, com 1.908m, que era a que eu queria fazer inicialmente. A trilha tem no total 4,3Km, ~1,3km é na estrada de acesso à boca da trilha. Depois vem aí uns 3Km de subida íngreme. A mata é terciária em sua maior parte, secundária em outros pontos mais preservados ao norte do parque. É uma pena ver o tanto que já desmatamos e matamos nossas florestas! Agora com a falta de água a proteção das serras e nascentes se torna ainda mais premente. Isso sem falar em vários animais em extinção, nas madeiras nobres que desapareceram, e por aí vai...

Esse é o perfil da Serra do Brigadeiro que tem em frente à sede.

Isso foi o melhor que eu consegui da tal araponga...é entrar na área do parque e começar a ouvir o canto dela.

A capelinha da ermida, erguida em 1908.

O visual da serra do mirante da ermida.

Loyanne no riachinho perto da sede.

Lago e subida para a casa de hóspedes (que não hospeda...).

Nem precisa falar, né?

Formigas mijonas. Elas moram nesses 'ninhos' gigantes. Você dá uma cutucada, elas saem aos montes, e se cheirar a varinha depois vai cair pra trás :)

Cheguei no dia 01nov a tarde, e fui muito bem recebida pelo José Roberto e pela Michele, que trabalham no parque. Aliás, a hospitalidade mineira é sem igual :)! Nessa tarde visitei a Casa de Hóspedes e a ermida Antônio Martins (construida em 1908) e fiquei curtindo um riachinho que passava ao lado da casa que abriga os pesquisadores e os arredores da sede.

No dia 02nov saí com um grupo de mais 10 pessoas para fazer o cume da Pedra do Pato. Apesar de íngreme, eu não achei a trilha difícil. A vegetação no começo da trilha esta se recuperando, e subindo vamos chegando aos campos de altitude e às pedras. Muitas bromélias, muitas orquídeas, muuuitas mesmo! Lindo! Das mais conhecidas ainda tinha Canela de Ema e lírios vermelhos. Fomos parando para curtir o visual, aquele mar de montanhas que vai do verde ao azul, bem ao longe. Do cume é possível avistar outros picos conhecidos do parque, e até as montanhas do Caparaó! Muito legal J!

Logo no começo da trilha tem essa grutinha, com uma pegada de felino.

Muitos liquens rosa nas árvores, sinal da pureza do ar :)

Saindo da parte mais fechada da mata começam os campos de altitude e as pedras aparecem.

O visual também começa a tomar conta...

No mar de 'montahas' de Minas!

Essa orquídea deve ter uns 70cm pelo menos!

O perfil das outras montanas da serra começam a aparecer.

Aí ao fundo é o Caparaó!

Só curtindo...

Pico do Boné, que é um dos mais conhecidos do parque.

O cume é um campo florido. Coisa mais lida!!

Muitas flores...

Muitas orquídeas!

Muitas!

As velhas conhecidas do cerrado...

Lírios gigantes.

Essas aí também estão por TODA parte!

Morro abaixo...

Desvio, indo para as piscinas naturais...

As nascentes formam vários poços...

O combinado foi meu irmão me deixar lá e meu primo me buscar no dia 03nov, já pra seguir viagem. Então, no meu último dia subi o Pico do Grama, que fica bem em frente à sede, e tentei a sorte na trilha dos muriquis, que são os maiores primatas das Américas, endêmicos da Mata Atlântica e estão em extinção. Não dei sorte! L Eles não deram o ‘ar da graça’, só ouvi seus cantos, assim como os dos sauás, que também não conheço! A trilha é um corredor de embaúbas, onde eles comem as ‘bananinhas’ e os brotos, mas eles já tinham passado, enquanto a gente subia o pico do Grama...

Descemos até a 'garganta', onde a água desce pelo paredão ao lado do desenho do 'pato'.

Na trilha da mata, essa ranzinha de chifre deu um pulo...senão, impossível descobri-la!

Desenho do pato na pedra, vista já no final da descida...

Pôr-do-sol, depois de um merecido banho :)!

No alto do Pico do Grama...

Pico do Grama

Na trilha dos muriquis...

Alguns bons exemplares da floresta...

E as 'bananinhas' das embaúbas. Quase provei :)

Passou rápido e segui viagem de volta para casa. Encontrei com a família em Ouro Preto, dormimos lá e no outro dia saímos na hora do almoço. Foi muuuito pouco tempo pra curtir a cidade. Conseguimos dar uma volta pelas ruas, jantar num lugar muito legal (Escada Abaixo), ao som de piano e violão, com MBP top. No outro dia pela manhã visitamos as igrejas do Pilar, e seu Museu de Arte Sacra, e N. Sra. do Rosário dos Negros (contraste total!), e ainda consegui visitar o Museu da Inconfidência e tomar um cafezim.

Da janela da nossa pousada em Ouro Preto, assim como de qq outro lugar - Pico do Itacolomi.

Museu da Inconfidência, e os casarões do centro.

Mãe, Roberto, Rosana, Aloísio e eu.

No sobe e desce das ruas...

Muuuitas igrejas!

Igreja de São Francisco de Assis, no alto do morro...

...outras ao lado, e abaixo, e por aí vai!

Café da Ópera...delícia!

A ideia era ir para Inhotim, mas o tempo fechou mesmo. Muita chuva a tarde toda nos fez mudar de ideia e seguir viagem. Nos metemos em um congestionamento de quase 3h por causa da chuva no entorno de BH! Ohhh desespero! Como ainda tínhamos tempo, resolvemos fazer um desvio no caminho de volta e visitar os pais da minha cunhada, em Abaeté...Também foi aquela correria: chega vê a família, dorme, no outro dia dá uma volta pela cidade e tchau...agora sim, caminho de casa! E assim foi a semana. Voou! E a gente já fica pensando em voltar J. Muita coisa boa pra fazer, minha lista só cresce!

Pracinha de Abaeté. Já viu isso antes???

Eu, os pais da Loyanne (Lia e Gentil), minha mãe e irmão, Roberto :)


Coisas de Minas:

- Parque Estadual da Serra do Brigadeiro: 
pebrigadeiro@meioambiente.mg.gov.br. O Governo não colocou um tostão no projeto do parque, todo investimento foi feito numa parceria com um banco alemão! Os funcionários estavam há três meses sem receber salário. Preciso falar mais??

- O parque ainda não tem área de camping e restaurante. A pousada mais perto da sede fica a uns 5Km. Então, é preciso ter transporte, ou pedir carona!

- Montanhista, que canta nossa Minas, Bernardo do Espinhaço:

- Imperdíveis: queijo, queijo e queijo – incomparáveis com o que se compra por aqui. Macarrão Guiricema, cafés de Minas, doce de manga! 

- Parques Estaduais de Minas Gerais, uma publicação do IEF, NUCAM e MPMG. Ganhei um exemplar  :)


É impressionante a quantidade de flores nos campos altos :D

Pronta pra voltar!!!