domingo, 29 de julho de 2018

Road trip - Parques nacionais do sudoeste americano. O MÁXIMO! (9-22/jun)

Post 1: Grand Canyon

A muuuito tempo eu não ia aos USA. Na última vez, há 21 anos, eu visitei 11 parques americanos, em uma viagem fantástica, que sempre quis repetir. Então, chegou a hora de fazer pelo menos uma parte dela de novo. E pode ter certeza que ainda o farei mais e mais vezes, porque é simplesmente fantástico!

Bom, nem preciso dizer o quanto estava tudo diferente nos parques. Principalmente, com relação ao acesso...tudo, ou quase tudo, muito acessível. E, com isso, muuuuita gente. Gente de dar tristeza de ver tanta, desencantando certos lugares maravilhosos. Retrato da nossa realidade, que tem suas vantagens e desvantagens.

O roteiro que preparei foi bem intenso, mas sem stress para seguir ao pé da letra. Muitos desejos para pouco tempo. Mas, valia a pena tentar. Fui com meu irmão mais novo, Filipe, que só conhecia a Flórida. De qualquer forma, toda a viagem, até pelas estradas, seria uma curtição, muitas paisagens fantásticas nos esperavam. Farei o relato por partes, para não ficar gigante, pois foi missão impossível selecionar as fotos.

O roteiro foi o seguinte:
1.   LA – LV – Grand Canyon NP (CA, NV, AZ);
2.   Page, Antelope Canyon, Monument Valley (Navajo Parks - AZ, UT);
3.   Arches NP, Moab (UT);
4.   Zion NP (UT);
5.   Death Valley NP (NV, CA);
6.   Yosemite NP - SF (CA).

O nosso voo foi para Los Angeles (LA) – A Cidade dos Anjos. E lá fizemos o básico que vale a pena, aproveitando algumas dicas de um amigo que conhece a cidade melhor. Chegamos no começo da tarde, fomos para o hotel dar uma desamassada e já partimos para a praia! Passeio e pôr-do-sol em Manhattan beach. Aquecimento para o dia seguinte: alugar uma bike e pedalar de Venice beach (Marina Del Rey) até o Pier de Santa Mônica J!


Manhattan beach.

Pôr-do-sol e vento na cara...tudo de bom!

Vista ao longe do famoso parque do Pier de Santa Mônica. Apesar da poluição, ainda é possível ver a Sierra, do mar.

Eu e o Lipe caminhando pelas areias da praia, numa das paradas de bike.

Algumas manifestações próximas ao Pier.

Essa é dos veteranos da guerra contra o Iraque!

Opa! Oh nóis aí ;)

Muitos músicos tocando pelo pier. Esse aí toca um sax fantástico. Mas tinha de tudo, inclusive música indiana e tibetana!

Lipe no pedal de Venice para o Pier...

É impressionante como LA tem várias caras. Mas a melhor (imbatível) é a da praia! E, esse percurso é imperdível. Não só por conta da praia, mas por conta do calçadão e suas atrações...são muuuitas figuras, e grafites, e carros, e...vale conferir.


Olha esses aí...

O dia foi bem agitado, mas conseguimos fazer tudo que estava na nossa listinha. Manhã curtindo a praia; de lá seguimos para o Farmers Market para dar uma olhada e almoçar. Depois fomos para a calçada da fama, Hollywood! Faz parte...LA!!! E subimos para o Observatório Griffith, para pegar o pôr-do-sol e o visual da cidade do alto (e a placa de Hollywood, claro! J).


Na calçada da fama, além das estrelinhas, tem as 'patinas' também!

Isso foi muuuito legal! Vimos uma mamãe deer e seu filhote passeando junto à grade de proteção do Observatório Griffith...

O filhote...

O pôr-do-sol com a placa de Hollywood ;)

O problema foi só que lá não tinha nada para comer e a gente deixou para comer perto do hotel ('uma viagem' de lá); o que não foi uma ideia muito boa, mas, o supermercado nos salvou!

No dia seguinte começaríamos o pé na estrada literalmente. Aqui vou relatando o que fizemos de forma mais resumida, senão vira um livro, e não um blog! Nas dicas coloco umas informações relevantes.

De LA seguimos para Las Vegas (Strip). Na estrada paramos em Barstow para esticar as canelas e seguimos. No caminho, só deserto...passamos pelo Mojave, mas não entramos no parque. Uma região linda, com toda a sua aridez, cheia de Joshua Trees! Conseguimos ver algumas seguindo do Zion em direção ao Death Valley, mas eram pequenas. No Mojave são enormes! Só existem nessa região.

Passando pelo deserto de Mojave (Joshua trees).

Andamos por muitos desertos, mas nada quente como Las Vegas! Caracas! Nunca vi nada igual...missão impossível ficar em locais abertos no meio do dia! Almoçamos no hotel e ficamos enrolando até umas 4h para sair. Como nosso hotel ficava em uma rua paralela à Strip, era tipo um km caminhando, não valia a pena pegar o carro e sofrer no trânsito e pagar caro para estacionar. Mas, coragem meu amigo! Corra para um hotel ou para uma sombra qualquer até o sol desaparecer! Kkkk


Tudo um exagero, motivos de todas as partes do mundo...

O old fashion mais legal do pedaço...

Mais um...

Lipe e eu...

Show das águas do Bellagio.



Anoitecendo na Strip.

Ainda bem que isso não é problema na Strip! Outra coisa que só mesmo por lá para ver: tamanho exagero em absolutamente tudo! Mas...tá valendo, LV!!! J. Passeamos pelos dois lados da avenida, parando sempre que possível em um hotel/cassino para refrescar e conhecer. 

Fizemos uma listinha básica de algumas paradas, e a ideia era ir à noite para a Freemont. Para mim, o mais legal é mesmo o show das águas no Bellagio. A gente dava uma volta e parava lá de novo, porque a cada intervalo é uma música diferente. E com o pôr-do-sol fica lindo! A gente chegou a olhar um dos restaurantes que tem mesas ao lado do espetáculo, mas não era pro nosso bico não! Carrrrrésssimo $$$. Com esse dólar, não mesmo!

Morri de cansaço no fim do dia e o Lipe foi sozinho para a Freemont. Quando chegou, só conseguia dizer uma coisa: muito louco!! Kkkk
Não me lembro de ter gente pelada por lá anos atrás...mas uma galera muito bêbada, é fácil! Agora, parece que tem de tudo e mais um pouco.

O dia seguinte seria bem puxado, porque eu não quis deixar o Grand Canyon de fora do roteiro. Sabia que seria uma correria que valeria a pena. Saímos cedo, passamos pela Hoover Dam, a maior represa do Rio Colorado, e seguimos para o South Rim, a parte mais famosa do Grand Canyon. Paramos em Tusayan para almoçar, aproveitando um bom restaurante pela frente e  um descanso para dar ânimo, e seguimos para o Parque.


A estrada logo depois de passar pela Hoover Dam.


GRAND CANYON
O planejado era pegar o shuttle do parque e seguir a linha vermelha, a Hermits Rest, que é considerado o acesso mais bonito do Grand Canyon. Na alta temporada é proibido dirigir com seu carro, somente o ônibus do parque pode circular por ela. Depois, eu pretendia pegar o pôr-do-sol na Desert View, a outra estrada do south rim, seguindo já nosso caminho para Page.

Mas, missão impossível para uma tarde! E olha que o sol se põe lá pelas 20h! Chegamos e fomos para o Mather Point, o mais famoso, e de lá fizemos a trilha para o Yavapai Point. Voltamos, pegamos o carro de novo e estacionamos perto da Hermits Rest, onde sai o shuttle do parque.

Só conseguimos fazer a Hermits Rest, mas valeu muito a pena. O Lipe nem falava nada. Quando eu perguntava ‘e aí?’, ele só respondia ‘não consigo nem falar, tô bobo com isso aqui!’. E assim foi em vários lugares e estradas pela viagem...É tudo tão imenso, tão maravilhoso, tão grande, tão lindo que é difícil traduzir. Imagina colocar em fotos!

Mather Point. Daí é possível ver a trilha para o Plateau Point lá embaixo.

Muitas cores! O pontinho preto é uma ave.

Uma imensidão!

Lipe, maravilhado!

Impagável!

Outra coisa fantástica que conseguimos no Grand Canyon foi ter alguns momentos de silêncio naquele lugar. Impagável! Mesmo com muita gente circulando, não foi difícil ficar sozinhos em alguns momentos.

Silêncio...

Pode parecer, mas não são os mesmos lugares. Nessa aí dá pra ver o Colorado passando láaaaa embaixo!

Muito difícil escolher entre as milhares de fotos...


Aqui, já com menos luz...

Mais sombras nas montanhas.

É possível ficar horas admirando!

A dica aqui é começar pelo final, se você tem pouco tempo, como nós. Não fizemos isso, e chegamos no Pima Point, a última parada, perto do pôr-do-sol. E, nesse horário já tem pouca luz no canyon, o que dificulta as fotos, e também ver o rio! Este é o local onde se tem a melhor visão do Colorado cortando as montanhas (nessa trilha!). 


Apesar da aridez, tem verde!


Olha o Colorado aí, com a luz do pôr-do-sol. Esse é o Pima Point.

As cores vão se transformando.

Lindo!

Mais vermelho...

Mais difícil de fotografar!

E lá se vai o astro rei...

No total são 9 paradas (view points) na Hermits Rest, mas você pode descer e subir no shuttle quando quiser, e pode ir andando entre os pontos também, ou fazer tudo andando! Isso só depende de sua disposição e do tempo que dispõe! Mas, fique de olho no último horário do shuttle, se não quiser voltar tudo a pé! Logo no começo da Hermits vimos cavalos selvagens e um cachorro selvagem, do shuttle. A motorista nos chamou a atenção para os animais...fantástico. Esquilos tem por toda parte...e, please, não os alimente!!!

Olha aí o cachorro selvagem que o Lipe conseguiu fotografar do shuttle!

Essas figurinhas estão por toda parte!

Fim do dia, paramos no Market Plaza, lanchamos e pegamos a Desert View Drive. Sem vistas, apenas a estrada cortando o deserto, ao lado do canyon, com aquele puta céu estrelado J! Impagável...

Chegamos em Page já mortos, prontinho pra cair na cama, depois de um banho!

Na primeira vez que fui, desci o canyon. Fiz a Bright Angel Trail para o Plateau Point, que tem uma vista fantástica do canyon com o rio. Foi muito legal! Lembrando que, para descer ‘quase’ todo santo ajuda, mas para subir...esse é um trekking de um dia (12 milhas). Não se recomenda tentar descer até o rio e subir no mesmo dia! Nesse caso, é preciso acampar, e, para isso, ter autorização do parque! 

Para fazer as trilhas não é necessário autorização, mas para acampar sim. Idem para acampar lá embaixo e navegar pelo rio. Na primeira vez também fiz o passeio de helicóptero pelo canyon. Top demais, não fosse um calor miserável na nave! Mas, dessa vez, com esse dólar de quase R$ 4, não rolou...Se tiverem esse desejo é bom fazer logo, porque há a expectativa de proibirem os voos!


Dicas:
- É possível visitar o Grand Canyon pela borda oeste, a mais perto de Las Vegas, onde tem a Skywalker, mas, essa área não faz parte do Parque Nacional, e fica em terra indígena; pela borda norte, que fica no parque, e é menos visitada e mais verde; e pela borda sul, mais visitada, mais bonita, onde tem mais infraestrutura.
As duas vezes que visitei o parque fiz a borda sul, e é a que eu recomendo!

- Acessem o site oficial do parque antes de ir para saber as condições das estradas de acesso, trilhas, preços, etc. É a melhor forma de ter informações precisas, embora a gente tente ajudar nos blogs de viagem.
- Em minha primeira visita ao parque eu fiz a trilha Bright Angel. É uma experiência incrível, mas esteja preparado para o calor e para a volta que é subida (fazer um canyon é o oposto de subir uma montanha...)! Hoje o parque tem muito mais estrutura que antes, como alguns bebedouros pelo caminho, mas é bom cuidar da logística para não ter problemas.

- O tempo ideal para ficar no parque depende do tipo de programa que querem fazer, mas se resolverem fazer qualquer trilha mais longa, pelo menos dois dias.

- Hospedagem no parque é muito caro e missão impossível conseguir. É preciso reservar, em alguns casos, com pelo menos um ano de antecedência. Uma opção é Tusayan, ou por alí. E a boa notícia é que lá passa o shuttle do parque. Ficamos em Page, que é outra opção para explorar outros parques/atrações próximas.
* Tivemos problemas com o cancelamento grátis de algumas reservas no Booking com os Motéis Super 8 (Hollywood) e Motel 6 (várias cidades). Não consegui ser ressarcida pelo Super 8, e não recomendo nenhum dos dois! Fiquem espertos com os cancelamentos gratuitos usando o Booking, dessa vez tive problemas com quase todos!

- Nossa rota pelo Google Maps, de hotel a hotel (LV-GC-Page):
Ellis Island (LV) - Grand Canyon South Rim - Country Inn Suites By Radisson (Page)

- O parque fica aberto todo o ano, e 24h por dia. Mas, a melhor época é sempre um pouco antes do verão chegar firme. As duas vezes fui em junho e o tempo estava muito bom para as trilhas, com um ventinho gostoso que aliviava o sol do deserto, dessa última vez.

- Se forem visitar mais parques, sugiro comprar o cartão America – the Beautiful -, que dá acesso a praticamente todos os parques nacionais. Em jun/2018 paguei U$ 80,00. Vale por um ano.


Planilhas com o planejamento, os mapas dos parques e o famoso American - the Beautiful ;) 

- Ao entrar no parque vocês receberão o mapa, mas no centro de visitantes e nos shuttles eles também ficam disponíveis. É importante estudar antes o que fazer, acessando o site/blogs, mas os mapas e jornais/informativos que encontrarem por lá serão muito úteis para seguir a programação. Além de ser muito legal guardar de lembrança!

- Em LA uma boa área para ficar é Inglewood, perto do aeroporto, com acesso fácil para todos os lugares, e preços mais baixos. Como resolvemos viajar muito em cima da data, e com o dólar em alta, não deu para ficar nos lugares muito caros, tipo Santa Mônica, ou ali pela praia.

- Em LV conseguimos ficar em um hotel simples, em uma paralela à Strip, que tem na rota postada. A melhor relação custo-benefício da viagem, bom e barato!

- Em Page ficamos em um hotel da melhor rede que conseguimos na viagem. Tudo novo, excelente acomodação e um ótimo café da manhã (Radisson)! 

- No mais, fujam dos ‘chinas’!!! Eles estão lotando todas as partes do planeta! kkkk 

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