terça-feira, 22 de julho de 2014

Sertão Zen e Vale do Rio Macaco – Chapada dos Veadeiros

19-20/julho - Travessia leste parcial, na Chapada!

Fiz um programa maravilhoso no último findi! Ainda estou viajando nas paisagens lindas da Chapada...e espero que elas ainda me alimentem por um bom tempo, pelo menos até poder voltar!

Visual dos totens antes de descer à cabeceira da Cachoeira do Sertão Zen

Fui com 2 amigos, Cláudia e Léo. Planejamos um fim de semana de caminhada para fazer uma parte do circuito conhecido como Travessia Leste - partimos de Alto Paraíso para o Sertão Zen e de lá seguimos para a região do cânion e das cachoeiras do Rio Macaco.

Chegamos na sexta-feira à noite, dormimos na Pousada da Dona Didi, saímos por volta de 8:30h de Alto, no sábado (19), com a guia Patrícia. O acesso à trilha se dá por uma estrada de terra de ~4km até o pé do Morrão.

A trilha começa com a subida do Morrão até chegar no platô que dá acesso ao Sertão Zen. A subida é tranquila, mesmo com a mochila mais pesada. O desnível total deve ser de uns 300m. Do alto do Morrão dá pra ver Alto Paraíso, o morro da Baleia e o do Buracão – na direção do Parque, a região do Moinho, e uma parte do caminho da travessia que passa pelas cachoeiras do Rio Cristal/ Água Fria.

Vista do alto do Morrão, Alto Paraíso, os Morros do Parque.

A paisagem é linda, principalmente quando se caminha no platô da Serra Geral do Paranã, com o capinzal cercando tudo. A gente se vê naqueles filmes com campos dourados de trigo J. É muito legal! Ali já se vê a riqueza e diversidade do cerrado, o campo sujo, com locais de vegetação um pouco mais alta e intensa nos lugares mais úmidos. Há flores por toda parte, de todas as cores.
Lembra os campos dourados de trigo dos filmes :)

Cláudia, Léo, eu

A trilha do alto do platô...

Tem florzinhas de todas as cores, por todas as partes...

A trilha é longa, mas não é difícil, tem aproximadamente 8km. Fomos tranquilos e chegamos por volta de 12h no Sertão Zen, onde passamos pelo córrego Ferreirinha e vimos a nascente do Rio Macaco que deságua numa cachoeira de 150m no vale. É MUUUITO LINDO! É possível ficar horas ali curtindo o visual, como também em outros pontos da trilha. Exploramos um pouco os totens (esculturas de quartzito) que cercam a região, almoçamos e seguimos, escalaminhando pelos totens para pegar o visual completo da cachoeira.

Sequência do córrego no Sertão Zen.

Parece pouca água, mas ela deságua numa queda linda, enorme!

No alto, curtindo o visual do vale!

Patrícia curtindo o visual.

Com o poço da cachoeira abaixo, e a vista do vale do Rio Macaco.

Cachoeira do Sertão Zen.

Os lageados da cachoeira...

Patrícia explorando os totens.

Antes de descer o vale, fomos escalaminhando pelos totens para explorar o visual de frente da queda!
Olha o V I S U A L!!!

Seguimos, descendo o vale do Rio Macaco até chegar numa casinha que nos acolheu para dormir e cozinhar. Andamos até umas 17h, acho que mais uns 10km, chegamos ainda com luz e tempo de organizar as coisas. O rio passava ao lado da casa e também tínhamos uma bica no ‘quintal’. Pegamos um pouco de madeira e fizemos uma fogueira pra fechar a noite, com o céu super estrelado.

Trilha descendo o vale.

Nossa casa de apoio, luz, água, cama...

Fogueira pra fechar a noite ;)

No domingo, acordamos tarde, tomamos café, e saímos por volta de 9:30h. Andamos por uma estrada de terra uns 6km, até entrar na trilha que dá acesso ao cânion e à sequência de cachoeiras do rio. Primeiro a Escadaria, um lajeado enorme, que dever ter uns 30m de desnível, fazendo um poço grande e logo à frente uma prainha de areia. Paramos lá para tomar um banho e depois seguimos para a Catedral. Fomos pelo lado direito do rio, passando pelas pedras e pela vegetação.

Chegando no cânion e nas cachoeiras do Rio Macaco.

Escadaria.

Vista de frente.

A prainha do banho.

O visual da trilha, seguimos pelas pedras às margens do rio. Olha a cor da vegetação em volta, os lageados, as várias quedas...LINDO!

Visual antes da queda da Catedral, com o lageado pra curtir.

Chegamos a um pequeno platô de pedras com uma cachoeira menor, num lugar lindo, com um super visual da queda da Catedral, do ‘altar’ que ela forma e dos poços, cercados de pedras, vegetação e areia. Um paraíso perfeito!!!

Daí se tem o visual do alto da Catedral, com as quedas e os poços.

A Catedral e os poços...pedra, areia, verde...

Patrícia pulando da pedra.

Ficamos por ali um bom tempo curtindo o visual, depois desci com a Patrícia para tomar um banho na parte de baixo da Catedral, e curtir o visual de lá...mais um espetáculo! De lá, seguimos mais um pouco, até a cachoeira do Elo Perdido, que deve ter uns 40m de queda. É impressionante como a sequência de quedas não termina! O cânion é gigante. São quedas e poços enormes, que formam paisagens lindas no meio do cerrado.

O 'altar' e as demais prateleiras que formam os poços da Catedral.

O lageado da sequência ao rio.

Mesmo contra o sol, tentativa de pegar todo o visual da Catedral.

Queda principal, 50m.

Na garganta da Elo Perdido...abaixo grandes poços e mais sequências de quedas.

A queda de 40m.

Bom, só seguimos até ali, mas sei que é possível chegar à cachoeira do Macaquinho (um afluente do Macaco) seguindo a trilha. Não parece muito fácil, pois, do ponto aonde chegamos não é visível uma passagem. Os paredões são bem verticais, mas deve ter passagem pela mata, retornando depois para mais próximo do curso do rio.

Os poços e paredões da Elo Perdido.

Aliás, vimos que é possível seguir o rio pelos 2 lados em alguns pontos, o que pode ser explorado, caso haja travessias fáceis pelo rio. Retornamos sem muitas paradas, pois já era umas 15:30h e tínhamos um resgate marcado às 18h na casa onde ficamos.

Eu sempre ouvi falar que a estrada que leva ao lugar onde estávamos era muito punk, e que só de 4x4 pra encarar. Eu não acreditava muito até pagar pra ver! A estrada é confusa, com vários pontos de bifurcação, a gente passa por algumas ‘pontes’ precárias, por uns 4 rios, inclusive o Macaco, e muitas pedras e sobes e desces...ou seja, é punk mesmo!!! Um GPS resolve a questão do rumo, mas é preciso dominar bem o 4x4 e saber por onde passar, principalmente nos riozinhos. E se tiver chovido, não recomendo a aventura!

Pra mim, a flor símbolo da Chapada - o candombá! Tinham poucos floridos.

Estas estavam todas floridas pelo caminho.

Mesmo com tudo seco, flores!

O chão forrado de pedras e cristais, e flores!

A natureza sempre me encanta, mesmo nas coisas mais simples :)

Por fim, deu tudo certo! Retornamos para Alto Paraíso, comemos uma pizza pra matar a fome e pegar a estrada para Brasília. Outra coisa que merece menção é a estrada de Alto para Brasília que está ótima! Mesmo com um trecho sem marcações na pista, ela está sem nenhum buraco, com o asfalto novo e é possível fazer os 230km de boa em 2:30h. Isso muito me anima a aparecer mais vezes por lá ;).

Tive um fim de semana lindo, e voltei maravilhada com as baterias recarregadas para seguir a rotina! 

Sou muito grata por me integrar com a natureza! Esperando a próxima vez :)


DICAS:

- Com a cidade cheia, alta temporada na Chapada, as pousadas estavam muito caras e lotadas. Conseguimos a dica da Casa/Pousada da Dona Didi. Uma fofa que nos recebeu super bem, e pude deixar o carro estacionado lá no findi. Quarto e café simples, mas excelente relação custo-benefício nessa época: R$ 50,00 por pessoa. Fone: 62 3446 1157.

- O Gudu, amigo de tempos em Alto, me indicou a Patrícia para nos guiar. Ela se saiu super bem, mesmo não sendo uma trilha que faz com frequência. Sabia contar as histórias, os nomes dos lugares, plantas, conhecia e foi conhecendo os nativos pelo caminho. Ótima dica: 62 9655 8440.

- Saí de alto com 2 litros de água, quando chegamos no Sertão Zen reabastecemos e depois já na nascente que tinha perto da casa onde ficamos, ao lado do rio Macaco. No dia seguinte bebemos a água do Macaco e todos ficamos de boa, sem precisar usar purificador.

- Não peguei o contato do resgate, mas isso é tranquilo de conseguir em Alto. Não recomendo pegar a estrada sem conhecer bem o caminho, e sem um 4x4.

- Tendo tempo, sugiro fazer a travessia completa, que começa indo para a região do Moinho antes de seguir para o Sertão Zen. Parece que a empresa local que vende o pacote completo não faz a parte Macacos - Macaquinho por trilha, eles vão de carro. Sei que é possível, só é super importante ter a trilha mapeada (não achei na net) ou ir com alguém que conhece, senão a roubada tá garantida ;)


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