terça-feira, 1 de janeiro de 2019

GR20 (Grand Rondonnée 20) – Córsega (7-22/set)

Eu ouvi falar a primeira vez sobre a GR20 em 2015, quando meu nutricionista me apresentou o perfil da trilha. Uauuu! Fiquei impressionada! Essa travessia norte-sul da Córsega é considerada uma das mais difíceis da Europa. Aí, ela entrou para a minha lista de ‘coisas a fazer’. Mas, só me convenci mesmo de que estava na hora, quando, em 2017, assisti ao programa do Olivier Anquier, que viajava explorando a cultura e a culinária na Córsega. A oportunidade de conhecer um lugar com a natureza e os costumes preservados me encantou, além da beleza da ilha.

Corse - marcada em vermelho, no Mediterrâneo, entre a França e a Itália.

Os planos ficaram para este ano, enquanto buscava alguém interessado em partilhar a travessia. Mas, esse ano não foi fácil viajar com a super desvalorização do real e as questões econômicas mundiais, que elevaram muito o valor do dólar e do euro. Paguei R$5,06 no euro para essa viagem...e, as passagens para a Córsega não são nada baratas durante o período indicado para a trilha. Enfim, em maio, fechei com a Keiko, que conheci na trilha do Atlas ano passado, para irmos no começo de setembro....e, lá fomos nós!

Ajaccio, a capital. Muito calor no meio da tarde, a praia é cercada pelas montanhas.

A outra ponta da praia, com a roda gigante...

As ruelas do centro histórico, apertadas, cheias de bares e restaurantes sempre lotados!

O mapa da mina...digo, da produção de vinhos :)

Lojinha fofa que vende mel, outro produto famoso da ilha!

Nas minhas buscas na internet encontrei uma empresa local que nos ajudou com todas as reservas da GR20 e com os mapas da trilha, além de um contato para o caso de emergências. Acreditei que as trilhas na Europa são relativamente bem marcadas e que daria para ir solo, apenas com o mapa na mão. Isso é verdade, mas exige bastante atenção no mapa em alguns pontos, porque a GR20 tem muitas variantes, e em alguns pontos se junta a várias outras trilhas com marcações diferentes.

Escolhi a variante de alta montanha, e fazer apenas a parte norte da travessia, a mais difícil, isso daria 6 dias de trekking, e para mim era mais que suficiente. Não me interessava ficar duas semanas mochilando, até porque a ilha é um paraíso e eu queria conhecer e aproveitar!

O turismo e os trekkings na Córsega têm um período bem marcado, e fomos já no final da temporada, setembro. A GR20 não estava cheia, mas as cidades ainda estavam bem badaladas! A ilha ainda é bem pouco explorada pelo turismo, quase só vimos franceses...é tipo, uma ilha de veraneio deles. Falar inglês não é bem-vindo, e isso é péssimo! Todas as vezes que eu falava a resposta vinha em francês. Uma boa parte da população local não fala absolutamente nada de inglês, e isso gera alguns estresses.

Logo na chegada deu para perceber que eles tinham uma cultura bem própria, nada francesa, corsa! O orgulho corsa é percebido em todas as partes, com a cultura muito preservada, a cabeça do mouro em todas as partes, algumas vezes junto com a bandeira local. Chegamos em Ajaccio, a capital, e levamos alguns sustos com relação ao trekking quando falamos para algumas pessoas que iríamos fazer a GR20 Norte. Algumas figuras nos disseram que era perigoso, que era muito difícil, e ficamos com a pulga atrás da orelha, até por o pé na trilha.

Ajaccio é a cidade natal de Napoleão, é a cidade onde percebi a cultura do interior bem mais marcada, sem contar as pequenas vilas por onde passamos. É impressionante estar em uma ilha e ver o povo comer charcuterie e queijos o tempo todo. Isso mesmo, vários tipos de frios e queijos, de excelente qualidade, tudo produção local, assim como vários outros produtos! Já os frutos do mar, nem tanto, talvez pelo preço. Mas a comida, no geral, excelente!

Feira de todo sábado no centro, muitos produtos locais, principalmente, a charcuterie!

Local ideal para se esbanjar com os frios :)

Iríamos para Vizzavona iniciar a trilha na metade do caminho, seguindo para a direção norte, no domingo 9. Tivemos a sexta a tarde, o sábado e metade do domingo para curtir Ajaccio. Ficamos relativamente perto do centro histórico, na região do porto, e os passeios se resumiram a explorar o centro, a praia, o porto e a feira local; e fizemos um passeio de barco para uma ilha bem perto de lá no pôr-do-sol, Les Ìles Sanguinaires, com direito a champagnhe e charcuterie para curtir o espetáculo.

Barcos no porto, água transparente e cheia de peixes!

Saindo para o pôr-do-sol...vista da cidade, centro histórico e praias.

Primeiro passeio de barco!

Chegando nas Sanguinárias, onde os invasores eram recebidos!

Aportados na ilha...

Ficamos curtindo o visual tomando um champagne para depois subir até o farol e pegar o sol se ponto com um super visual!

O cenário mudando de cor.

Oh, nóis aí ;)

Visual da outra ponta da ilha.

E o marzão na nossa frente! Espetáculo :)

Lá se vai o astro rei...

Eu não conhecia o mar Mediterrâneo. Olha, nunca vi nada parecido! Que coisa LINDA! Eu acho o Pacífico maravilhoso pela beleza selvagem, pelos animais marinhos, mas as águas do Mediterrâneo...o que é aquilo?! A cor e transparência da água são impressionantes. E o melhor, nada de onda, tudo calmo...para mim que enjoo no mar, achei o máximo. Fizemos os passeios de barco sempre com emoção e foi ótimo!

Olha a cor dessa água!

O visual do alto é muuuito lindo!

Seguimos para Vizzavona de trem, uma vila só tem meia dúzia de lodges e campings, além da estação de trem. Apesar de o lodge que ficamos ser muito charmoso, eu fiquei bem preocupada com a comida. Serviram uma sopa de lentilhas com uma bisteca de porco. Adoro porco, mas aquele não estava legal. Um cheiro e um gosto muito fortes, não deu pra comer. Fiquei torcendo para que o cardápio não fosse o mesmo durante a trilha, mas o susto continuou no primeiro dia de trekking, um dia super longo, que terminou em um camping lotado, comendo sopa de lentilhas com carne de porco e bacon frito!!! Socorro!!!


Visual do quarto do lodge, agora bem perto das montanhas!

Lá embaixo, a estação de trem, algumas pousadas, e só...

Mas, para a minha sorte, foi só no primeiro dia de trekking. Na verdade, talvez o pior de todos. Foram uns 22Km, em quase 9h, parecia que o camping não chegaria nunca mais, e o pior, a maior parte do desnível do dia (+1.250m, -350m) foi justamente no final! Chegamos em Petra Piana: um camping onde há confluência de várias trilhas, lotado, com um velho rabujento, que não fala uma palavra em inglês, para te atender! Que tal? Quase chorei! Pelo menos foi só no primeiro dia! Kkkkkk

Sinalizações da trilha, logo em frente ao lodge. Mas, são muitas variantes, e é preciso atenção para não tomar o rumo errado!

Uma das muitas cachoeiras da trilha. O cenário é gigante, e lindo!

Essa é maravilhosa!

Ainda não era a metade do caminho!

O local do acampamento, com o pequeno refúgio, já em meio as nuvens.

Os pontos marrons nas pedras são vaquinhas! E a marcação branca e vermelha na pedra é da GR20!

Mas, falando de coisas boas...a trilha é linda! Nesse primeiro dia teve de tudo, muitas florestas, vilarejos, cachoeiras, e muita pedra! Muitas variantes, porque era um dia de entrada na trilha, aproximação pelo meio, e não nas pontas. Aliás, esse é o perfil da trilha – pedra! Nos perdemos no começo do dia, quando não identifiquei no mapa as marcações certas, e seguimos as que estavam perto do nosso lodge, que nos levaram no sentido contrário do que deveríamos ir. Isso nos atrasou um pouco logo no começo, e me mostrou a importância de ler bem o mapa e as dicas da trilha!

No segundo dia de trilha (9Km, +650m, -870m, 7h:50) chegamos no refúgio mais legal da GR20 (pelo menos da parte norte!), Manganu. O camping era outro nível, tinha até água quente no banho! Top!!! Um riacho passava ao lado, o pôr-do-sol foi tomando uma cerveja, curtindo o céu mudar de cor. A janta, super cedo, macarronada! Salva da carne de porco selvagem! Aleluia! Aliás, tem vinho e cerveja, além de charcuterie, em todos os campings! Nesse dia tivemos muito sobe e desce, andamos pela crista das montanhas e vimos vários lagos suspensos, um cenário lindo!

Olha a diferença quando amanhece um dia lindo!

O sobe e desce nos esperava, e bem radical nesse dia!

Na nossa frente um lago suspenso do outro lado do vale! Eu mal sabia que ainda chegaria por lá...

Encarando a pirambeira! O visual nesse dia foi fantástico!

O visual ampliado...somos pequenos pontinhos na paisagem...

Passando pelo lago...e continuando a subida.

Colo entre as montanhas, pé na trilha!

Sinalização no colo. Em alguns pontos, muitas variantes. 

Deixando esse visu para trás e seguindo pela crista da montanha!

Olha essa trilha pela crista :) Uhuuuuu!

Correntes em vários trechos de descida e subida para dar apoio.

Enfim, o vale de volta, com riachos correndo...

Um refúgio com um camping maravilhoso! Tinha até banho quente! Manganu.

E, uma cerva para apreciar o pôr-do-sol :)


Mais um dia lindo na natureza!

Na sequência saímos de Manganu para Castel de Vergio (12km, +500, - 680m, 6h25). Nesse dia ficamos hospedadas no hotel. Em alguns pontos da trilha há a opção de ficar em pequenos hotéis em vez de camping. A trilha passa por várias terras com criação de ovelhas e cabras, passamos pelo Nino Lake (1.743m). Depois do lago seguimos pela crista da montanha, até começar a descer, e entrar em uma floresta que nos levou ao hotel, no meio do nada. Jantar no hotel, tomando um bom vinho local foi top! :)

Nino Lake. Para chegar aí subimos e descemos por fazendas e pastos.

 
A trilha não é bem sinalizada, e seguimos pelo outro lado do lago, que dava opções para várias outras trilhas....meio confuso.

Pit stop para comer e curtir o visual!

E, pé na trilha, depois de retornar para o outro lado do lago!

Subimos até outro colo, onde seguimos pela crista até começar a descida...

Essa aí é um clássico na trilha! Linda demais! Dá pra imaginar o vento cruzando as cristas, né? ;)

Descida por uma floresta de carvalhos, com parada para o almoço....

No dia seguinte (D4), seguimos para Ballone (13km, +1000m, -660m, 8h), um camping bem pequeno, simples, encrustado nas pedras no meio das montanhas. Nesse dia pegamos chuva na trilha, e isso a deixa bem mais perigosa, exigindo o dobro de atenção nas pedras para não escorregar, diminuindo o ritmo do trekking. Mas, o visual continuiu fantástico...

Saindo da floresta, voltamos para a montanha e seus riachos.

A primeira parte da trilha muito linda.

Até pegar uma parte muito árida e íngreme. Até achamos uns 'perdidos' pelo caminho!

Refúgio já bem perto do colo, onde almoçamos. Muito vento, o tempo mudando.

Olhando o caminho pela montanha, seguindo para o colo para atravessar para o outro lado do vale, à direita.

Aí, não teve jeito, choveu! E, pra piorar, na hora de descer o vale...mas, eu fui de boa. Nessa foto uma tentativa de mostrar a cena, com picos maravilhosos e, lá embaixo, praia! :)

Ainda com uns pingos, mas curtindo o visual!

Aqui, já bem perto do acampamento, que é bem pequeno e amontoado nas pedras.

Ballone foi o menor camping que ficamos, mas o mais aconchegante em termos de recepção. A família e o pessoal que trabalha lá são ótimos. O lugar é muito bonito, cercado de montanhas, e por isso bem apertado. No fim da tarde o tempo abriu e nossa esperança de que o próximo dia fosse lindo aumentou. Afinal, seria o dia conhecido como o mais desafiador da trilha, e se estivesse chovendo teríamos de seguir outros planos.

Nosso último dia foi mesmo desafiador, mas nem tanto pela subida, muito mais pela looonga descida (7km, +1000m, -1200m, 9h:45), com alguns trechos mais técnicos, embora muito simples. O problema mesmo é a inclinação da montanha, afinal, chegamos no ponto mais alto da travessia, no famoso Monte Cinto. 


Saindo com o sol nascendo e vibrando no alto dos picos! Alegria de ter um tempo bom!

Chegando próximo ao colo, já com o visual do alto de novo!

Subida íngreme, mas nada parecido com a descida!

Chegando em um colo com super visual do lado abaixo!

A descrição da trilha me deu um baita susto nesse dia, pois havia um erro que dizia que, em um dos pontos, já próximo do colo onde cruzamos o Monte Cinto na direção de Haut Asco, ainda faltavam duas horas de trekking, enquanto faltava apenas meia hora! O tempo estimado desse trekking era de 10h, a média era tipo 5h de subida e 5h de descida, quando já tínhamos quatro horas de subida as orientações sobre a trilha diziam que ainda faltavam 2h! Aí me apavorei para acelerar, e quando chegamos no colo fiquei p* da vida! Ufa, pelo menos estávamos dentro do tempo e no final das contas deu tudo certo, e conseguimos ficar um bom tempo por lá para almoçar, descansar e curtir o visual!

Susto nesse ponto, com informação de tempo errada no nosso roteiro! Ufa, faltava pouco agora, e, só pra variar, seguindo pela crista! :)

Já no colo do Monte Cinto....uma figurinha chegando do outro lado!

Visual dos dois lados do colo.

Dá uma espiada na descida :(

Hora de curtir!

Caminho do vale...vamos encarar!

Só pirambeira, muita pedra solta, inclusive bem perigoso para quem sobe!

Registro do celular :)

Trilha pela lateral, muito cuidado!

Alguns pontos com neve ainda...

E a descida parecia que não acabaria mais nessa vida! :(

Até que os riachos voltam a aparecer :)

E o vale, ainda longe, mas bem mais perto! Dando adeus para as montanhas :)

No dia seguinte para chegar ao extremo norte da travessia, onde a GR20 ‘começa’, era basicamente de descida (12km, +650m, -1600m) e eu não quis fazer. Com o joelho a base de anti-inflamatório não valia a pena! Conseguimos carona com o senhor que levava as bagagens entre alguns pontos da trilha até Calvi, nosso destino no final da GR20. Uma monstruosidade de descida, em zigzag onde o carro não tinha nenhuma visibilidade na curva...já fiquei imaginando como seria dirigir pelas montanhas para atravessar a ilha para a parte sul! Mais uma aventura...

A Córsega é basicamente um maciço rochoso que brota do Mediterrâneo. A proximidade da montanha com a praia é enorme, o que deixa a paisagem ainda mais deslumbrante! Muito azul, no céu e no mar, muito verde nas montanhas rochosas, cercadas pela vegetação nativa e pelas florestas de pinheiros, tudo muuuito preservado! As flores e as ervas aromáticas também fazem parte da paisagem e são muito utilizadas na culinária da ilha, assim como os porcos e as cabras selvagens para preparar os famosos queijos e a charcuterie.

Completamente encantada com a beleza dessa região!

A cor da água é indescritível :)

A parte amuralhada é pequena, mas linda!

Muitas pinturas nas paredes centenárias!

E, restaurantes muito mais caros que na parte baixa...

 
Praia e montanha lado a lado = paraíso!

Esse pôr-do-sol é da sacada do nosso hotel :)

Paraíso merecido.

Só alegria!

Para mim, Calvi e aquela região é a parte mais bonita da ilha! A cidade é um charme, as praias são próximas e acessíveis, a montanha está ao lado...um paraíso! Chegamos em Calvi no sábado, 15set, e ficamos até terça pela manhã, quando partimos de carro para Bonifácio, no sul da ilha.

Praia da cidade :)

Sempre cercada pelas montanhas.

Nadinha a declarar!

Em Calvi exploramos a cidade e os arredores do centro histórico, a praia, maravilhosa, fizemos um passeio de barco para conhecer a famosa reserva natural de Scandola e os calanques de Piana. No dia do passeio o tempo amanheceu nublado e chegou a chuviscar um bom tempo durante o passeio, que foi em uma lancha rápida de novo, semirígida, esportiva e com emoção! 😊

Vale muito a pena fazer os passeios de barco, mesmo não sendo muito baratos. Afinal, estamos em uma ilha do Mediterrâneo, com vento quase todos os dias do ano, típico local para os esportes náuticos, e barcos a vela. O mar, como já disse, e vou repetir, indescritível! É possível ver os peixes em quase todos os locais de parada, além das aves na região da Scandola. Pra fechar o passeio com chave de ouro, um grupo de golfinhos ficou nos seguindo por um tempo...sensacional!

Tempo feio, mas vamos nessa!

Visual da cidade saindo pelo porto.

Aproveitando os raios de sol...

Saímos cedo, o tempo bem instável...frio e chuvisco no semirrígido e com emoção ;)
São formações rochosas de várias cores e tipo.

Aquele ponto branco perto da rocha é um barco...não dá pra dar uma boa dimensão do tamanho das rochas.

Em regra, os barcos são pequenos, e conseguem entrar nas fendas e grutas nas rochas.

Água incrível, e sempre com peixinhos!
Placas indicando área protegida.

Mais formações malucas.

Muitos casinhas de aves nas rochas!

E o tempo foi abrindo um pouco...

Olha a diferença nas fotos!

E na cor da água...

Cabelo de medusa :) 

E dá pra ver tudo lá embaixo!

 
Só a festa com os golfinho já valeu o passeio!

Chegamos do passeio, almoçamos e pegamos o trem para conhecer outra cidade super famosa da região, L’isula Rossa, ou Île Rousse. No caminho passamos por várias praias paradisíacas, algumas acessíveis somente com o trem e a trilha. E, com tantas praias lindas pelo caminho, apesar da areia branca e da água azul turqueza transparente, a Île Rousse não era tão mais bela. Eu queria ter tido mais tempo para explorar as praias do caminho!

 
Fundo de areia branca...Ilha Rosa....linda!

Mesmo com o céu cinza, o mar mostra sua beleza!

As pedras são rosadas, por isso o nome da ilha. O tempo feio não ajuda as fotos a mostrar a beleza.

Pedra rosa, areia branca, água azul...

Aqui, mais no pôr-do-sol, a ilhota já fica mais bonita!

As ruazinhas da ilha, aí bem ao lado do mercado.

É possível conhecer todas as praias de trem!

Já no trilho de volta!

Chegamos ainda com o sol se pondo na citadella.


Moitas de ervas estão por toda parte...

Esse mercado tinha duas cabeças de porcos selvagens penduradas :) Absolutamente tudo, uma delícia!

A muralha, com a iluminação noturna, cercada de flores!


Seguindo para Bonifácio, fiz um roteiro passando pelo circuito de charmosas vilas de montanha. Eu havia lido que eram as mais belas da França, na região de Balagne, e a ideia era seguir até Santo Antonio. Porém, o zigzag nas montanhas, com pistas sempre perigosas e algumas vezes sem duas faixas me desanimou de ficar parando. É um perrengue conseguir um lugar para estacionar (quase impossível, na verdade!). Santo Antonio tem um estacionamento pago na entrada da vila, que é toda medieval, sem uma ruazinha que caiba um carro, e encrustada em uma pirambeira no alto de uma montanha! Mas, vale a pena! As ruelas tem um puta visual das vilas abaixo, e das praias das cidades e das pequenas baias da costa. Isso sem falar da oportunidade de estar em um lugar que parece ter parado no tempo...impressionante! 

Deixando uma parte do paraíso!

Subindo a serra rumo as vilas de montanha...

Muitos perrengues com o carro! Ninguém merece subir com várias partes da estrada com uma só mão...mas, pra quem mora num lugar assim, parece razoável!

Vila de Santo Antonio, uma das mais famosas...

No caminho para Bonifácio fomos parando apenas o necessário depois que descemos das vilas, cruzando as montanhas. Já na região sul, perto de Porto Vecchio, as praias paradisíacas começam a aparece novamente. Acho que Bonifácio é a cidade mais famosa da Córsega, e é única em sua formação rochosa, cercada de falésias brancas, contrastando com o mar azul. A Cidadela fica no alto das falésias, quase despencando lá de cima, e a cidade sai se espremendo entre os morros e o mar. Esse é, sem dúvida, o centro histórico mais bonito da ilha!

O visual das falésias subindo para o centro antigo é de tirar o fôlego!

E é uma bela subida! :)

Encantada com o visu!

Muitas ruelas, e todas habitadas!

Muitas lojinhas e restaurantes deliciosos!

Visual do alto da escadaria do rei Aragão, cortada na rocha!

Visual do paredão branco.
Capela de São João Batista, uma das mais antigas.

Além do Bastião, que tem uma vista super privilegiada de toda a cidade e do mar, são muitas praças, restaurantes, e igrejas, algumas muito antigas, eidificadas a partir do século XIII. A região do porto também é legal, com vários restaurantes e cafés, e as saídas que dão acesso às praias da região. Só pra variar fizemos mais passeios de barco! Um deles para conhecer as grutas, falésias e calanques do entorno, para ver a cidadela a partir do mar. Também vale muito a pena! São várias grutas, prainhas, reentrancias nas rochas que contratam com o azul incrível do mar, sempre rodeados de peixes! E, aquela vista da cidadela pendurada nas falésias com a escadaria do rei de Aragão. Uma escada esculpida na rocha, com 187 degraus, construída nos idos de 1420, a pedido do rei Alphonse V.

Saindo logo cedo para o passeio pelas falésias, grutas e expectativa da vista da cidade pelo mar. 
Gruta gigante, logo na saída do porto! Todos os barcos entram para explorar.

Sem comentários sobre o tom da água! 

São várias grutas, cada uma mais interessante que a outra...

Olhando para o fundo, peixinhos!

Muitas enseadas e entradinhas nas rochas...paraíso!

A cidade vista do mar...o corte na pedra é a escadaria do rei Aragão!

A cidade fica 'literalmente' pendurada na rocha!

Natureza exuberante!

E as rochas são belíssimas.

Saindo do porto, com a cidadela no alto.

Entrada do canal que dá acesso à cidade...estreito, escondido, e, atualmente, agitado!

Cruzando o mar para o lado italiano, ilha da Sardenha! Uma grata surpresa...praia lindíssima! Santa Tereza Gallura.

Com certeza uma das praias mais bonitas da viagem!

Também, cercada pelos morros.

A cidade tem um centrinho interessante, muitos restaurantes para os turistas pedidos, como nós!

Curtindo novamente a aproximação de Bonifácio! Lindíssimo :)

Entrando no porto.

E, curtindo a noite na muralha ;)

Do alto é possível ver uma parte dos degraus, e do mar se vê toda a fenda nas rochas. Se quiser descer a escadaria é preciso pagar...eu dispensei! Também resolvemos conhecer outra ilha, digo outro país, fomos até a Sardenha, que pertence a Itália. O trajeto é feito de ferry e demora em torno de duas horas e pouco. Eu só recomendo se estiver a fim de ir curtir uma praia lá, porque pela cidade que aportamos, Santa Tereza de Gallura, não vale muito a pena. A sugestão, para quem tem mais tempo, é explorar a ilha, que com certeza tem praias tão paradisíacas quanto as da Córsega. Mas esse não era nosso caso, não fizemos planos, fomos para dar uma volta, passear pelo mar e por o pé na Itália.

Dia de praia, já que na Sardenha não rolou roupa de banho!

Muitas pedras, praia de Tunara.

O povo vai nadando para as pedras no meio do mar...

Outro paraíso, Stagnolu. Sem infra nenhuma, mas eu passaria o dia de boa!

Outra pérola da viagem!

Paraíso.

E, mais um pôr-do-sol mágico, agora do porto!

Mesmo no final da temporada, as cidades estavam bem cheias, as estradinhas também. Nem consigo imaginar como a Córsega fica em alta temporada mesmo...deve ser inviável, pois, em muitos lugares não havia mesas disponíveis sem uma grande espera, e muita demora para ser servido. Não conseguimos pegar nenhum concerto, mas eles são bem frequentes nas igrejas. Com relação as praias, procure as mais afastadas da cidade, que são sempre paradisíacas, sem nenhuma infraestrutura, mas não se assuste com o nudismo. Se isso te incomoda, nem vá! Fique pelas praias das cidades, que no máximo vai rolar top less.

Pôr-do-sol no Bastião, com todo o visual das falésias, da cidade baixa e do porto!

Gratidão!

Visual do porto, já na saída do canal.

Porto.

Falésias rosadas, com o pôr-do-sol.

O paredão do Bastião e o porto lá embaixo.

Cartão postal!

No final, já estávamos cansadas de tanto andar...acho que a GR20 já deixou a gente bem cansada. Eu só queria me largar em uma praia paradisíaca depois, mas para tudo tem de andar um monte por lá! Principalmente, para quem gosta de explorar os lugares. Saímos de Bonifácio na sexta, 21set, para dormir em Ajaccio, de onde partiria nosso voo para casa no dia 22.

É isso! Deu para descobrir um pouco das maravilhas do Mediterrâneo, em uma ilha ainda bem pouco explorada pelo turismo, acho que a mais preservada da região. A proximidade da montanha com o mar faz dela uma oportunidade perfeita para quem gosta de vários tipos de esportes na natureza. Vale muito a pena, e eu já estou animada para explorar outras ilhas por lá 😉.


DICAS:

- Saindo de Brasília eu tinha um voo da TAM muito bom para Paris, mas esse mesmo voo saindo de SP estava R$1.000 mais caro...então, pesquisando outros voos a Keiko acho a Air Europa, com um stop em Madrid, e eu topei, para viajarmos juntas. Mas, não recomendo não, só se o preço compensar muuuito, pois os voos foram super cansativos e a aeronave é muuuito apertada!

Na Europa, o melhor lugar para seguir para a Córsega é a França, até porque ela é uma ilha francesa.

- Até pelo fato de irmos solo, fiz o seguro viagem com a empresa que considero melhor no ramo do turismo de aventura e contato com a natureza, a World Nomads. A diferença de preço para as demais é muito pequena e os prêmios muito melhores. Vale a pena checar sempre!


- A empresa local que contratamos para as reservas no trekking é a Corsica Adventure, e recomendo. Eles são bem conhecidos nos campings e em todos os pontos de parada da trilha, o que dá uma certa segurança.


- Se prepare para carregar tudo que precisa para sobreviver na trilha, menos a barraca e os utensílios de cozinha. Só precisa ter seu tapeware e os talheres, nos campings ou lodges tem restaurante e você pode comprar sua comida. Claro que se quiser levar todos os apetrechos e preparar o rango, também tá valendo!

A maior parte dos campings tem infraestrutura bem simples, mas razoável. O que achei pior mesmo foi o primeiro, Petra Piana.

- Sem falar francês se prepare para passar uns perrengues se precisar de informação...o jeitinho corsa de ser não ajuda nem um pouco!

- Para fazer os passeios de barco é muito simples, pois todas as cidades tem o porto bem agitado, cheio de restaurantes e com os quiosques das empresas que fazem os passeios. Os preços são parecidos e eles dividem as viagens entre as empresas. Em regra, tem as opções em catamarã, mais lento e mais conforto, e com as lanchas rápidas, semirígidas e esportivas, que achei muito bom!

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