sábado, 17 de junho de 2017

Viva México!! (20/05 a 05/06)

O México foi uma grata surpresa. Eu fiquei encantada com o país e quero voltar! Muita cultura, muita diversidade, muita natureza, muita simpatia, moderno com tradição, cidade grande com interior, tudo isso junto e muito mais. Difícil de colocar tudo num texto do blog, mas vamos tentar!

Tenho uma grande amiga passando um período de seis meses, a trabalho, na Cidade do México (CDMX) e eu já tinha um programa de aventura lá na minha lista J. A decisão foi rápida, aproveitando ainda uma oportunidade no trabalho. Fui!


Com minha amiga Myriam, em frente ao Bella Artes, prontas para o Ballet :)

Engraçado, que quando eu falava que iria para o México as pessoas aqui me diziam “ah, Cancun, dólar, praia, compras...”. Que??? Nem pensar! Isso não é o México, apesar de Cancun ser um destino super conhecido de turismo. Eu tento passar longe. Não que não goste de praia, mas tem de ser com muuuito pouca gente! J

Investigando as opções, duas coisas certas: natureza e cultura. O roteiro foi: Cidade do México, com uma diversidade enorme de opções culturais e sítios arqueológicos por perto, além da minha amiga, Myriam, claro. Montanha, escalada do Pico Orizaba, a montanha (vulcão) mais alto do México. Praia, ilha de Holbox, uma reserva natural, a ~3h de Cancun. E, o destino que estava na minha lista, que eu descobri em um programa do Discovery Channel chamado Loucos por Natureza, o Arco do Tempo. O maior arco de pedra natural do planeta, que fica num cânion no meio da selva no sul do México, no estado de Chiapas.

Nem me lembre da correria que foi, das várias mudanças radicais, das adaptações. Mas valeu a pena! Quase tudo deu certo J...Eu já esperava algumas dificuldades porque não tinha conseguido fechar muita coisa do Brasil. Meus destinos ‘exóticos’ sempre dão muito trabalho! Principalmente em Chiapas, quase não consegui respostas das agências e consultas que fiz usando os contatos e informações que obtive nas buscas da internet.

Começando pela CDMX, com mais de 20 milhões de habitantes, trocentos museus, com o moderno e o tradicional junto, trânsito e poluição. Fiquei no apartamento da Myriam e enquanto ela trabalhava eu batia muita perna! Ela me ajudou a filtrar a lista de museus, programas, me deu várias dicas sobre a cultura, transportes, etc. Cheguei no sábado, almoçamos e passeamos um pouco pelo bairro, Ela está em Polanco. Fomos ao mercado de la Ciudadela e só. No domingo, visitamos: o parque Chapultepec – dava pra ir andando da casa dela, passando pelas praças, exposições de rua, apresentação de dança no mastro (homens voadores), Passeo de la Reforma que é o eixão do lazer deles; visitamos o Museu Nacional de História, que é o Castillo de Chapultepec, depois o Museu de Arte Moderna, e fechamos a noite no Palacio de Bellas Artes com o Ballet Folklórico de México. Simplesmente fantástico. Nem acreditei que fizemos tanta coisa em um só dia! Ufa!!! Eu tinha de continuar a maratona nos dias seguintes.

No mercado da Ciudadela é possível ver as senhoras bordando e fazendo tear em vários pontos.

Passeo de la Reforma, o eixão do lazer da CDMX.
Parque Chapultepec. Lotado!
Homens voadores, ao lado do Museu de Antropologia.

Um deles toca para dar o ritmo, todos sobem, enrolam a corda no mastro e descem desenrolando e 'voando'.

Esse pedestal é pra pousar para a foto :)

Pra todo lado na rua eles vendem os grilos fritos. Acho que são vermelhos por causa do coloral e da pimenta! Não experimentei...

No Castillo de Chapultepec pegamos a apresentação de uma das Orquestras da cidade, tocando clássicos da cultura mexicana. De novo, simplesmente fantástico! Amei!

Orquestra tocando músicas mexicanas tradicionais. Achei o máximo! 

O castelo de Chapultepec, que é o Museu Nacional de História.

Foto no castelo.

Entrada do Museu de Arte Moderna.

Uma das esculturas do museu, com vista para o jardim.

As ruas são uma festa, muitas atividades. Aproveitei essas crianças pousando.

O Anjo da Independência, ou o Anjo da Vitória. Monumento de 1910, no centro da CDMX.

Tirei trocentas fotos (sem flash!) do Ballet. Postei algumas das apresentações que mais gostei. Mas todas são fantásticas!

Os trajes típicos são encantadores.

As danças mais tribais são as que eu mais gosto.

Essa apresentação solo foi a mais incrível para mim! Amei a foto!

No dia seguinte, segunda, vários museus fecham. Então, vi o que abre e planejei um dia mais tranquilo. Até porque, eu teria de aprender a ‘andar’ naquela cidade! O Museu escolhido, Soumaya, foi um dos meus preferidos da viagem. Não fecha dia nenhum, não cobra nada, tem uma super infraestrutura. Acho que é o mínimo que o Carlos Slim, o cara das telecoms, homem mais rico do mundo, poderia fazer pela cidade! Tem várias obras do Rodin, que eu adoro!!! São 6 pisos que se dividem na parte histórica do México (ouro e prata), marfins da Ásia, antigos mestres europeus e novos hispânicos, do impressionismo e da vanguarda, exposições temporárias e a era Rodin. Além das obras e painéis do piso de entrada e da loja e restaurante no piso inferior. A arquitetura do museu é super moderna, lembra Brasília (mas estamos anos luz de ter algo parecido aqui...infelizmente!).

Museu Soumaya, do arquiteto Fernando Romero. Adorei o museu!

Detalhe do alto da Porta do Inferno (Rodin).

Esta é a última sala, A Era Rodin, que dispõe de várias obras do escultor e outras maravilhas. A arquitetura de treliça lembra obras de Brasília.

Rodin trabalhou muito mãos em uma de suas fases.

Réplica do Pensador.

Murais do Diego Rivera no piso de entrada.

Explorado as curvas do museu...

Almocei por lá, e quando saí dei uma volta pelas redondezas para observar e voltei pra casa. Planejei mais andança no dia seguinte, que foi punk. Fui para o centro histórico explorar e de tarde Museu de Antropologia. Dia complicado, o trânsito não ajuda e andei muuuuuito! Comecei pelo Museu do Palácio de Bellas Artes, com os famosos murais do Diego Rivera, David Alfaro Siqueiros e José Clemente Orozco, todos super famosos. Os murais são uma viagem. Política, lutas sociais, futurismo, carnaval, tudo junto. O Museu/teatro é lindo. Desci para a Catedral, observando os prédios antigos, igrejas, palácios do governo. O Zócalo é para andar e andar e andar. Seria preciso muito tempo para descobrir aquilo ali, tinha de ir escolhendo onde entrar, e o que fazer. Quanto mais pra dentro, mais centrão, mais prédios antigos, mais murais coloridos pela rua, mais gente simples. Na praça central tinha uma feira das culturas amigas. Trocentas tendas de vários países, uma confusão ainda maior de gente e de trânsito!

Palácio de Bellas Artes. 

Os murais são uma verdadeira viagem!

Praticamente todos com temas políticos. A maioria dos murais são do Rivera, mas tem também Siqueiros e Orozco.

Vista do piso mais alto do palácio.

No Centro, muitos prédio antigos e conservados, como esse de azulejos, que é emblemático.

Tem tacos para todo lado...ruas e prédios de pedra.

Prédios do Governo, que cercam a praça central da Catedral Metropolitana.

A Catedral é de 1813, é uma das igrejas mais antigas do continente americano.

Como a maioria dessas catedrais, as pedras eram numeradas para serem encaixadas depois.

Zócalo...entrando no centrão. Muitos murais fantásticos.

Olha esse!

Imagem da Santa Morte no meio das ruas do Zócalo, assim como a de outros santos.

Muitas igrejas, muitas mesmo! E, lojinhas, restaurantes, museus...

Pra agilizar, almocei por lá e fui de táxi para o Museu de Antropologia, que também pede um dia inteiro pra visitar! Uma coisa absurda o tanto de história e cultura que esse museu tem. Fantástico!!! Faltam banquinhos para sentar. Depois do tanto que eu já tinha andado, então! Outro museu de arquitetura moderna, lindo, super organizado, dois pisos, 22 salas! Sabia que lá estava perto de casa, então, quando saí, fui andando!!! Nesse dia eu só queria capotar, mas a Myriam me convenceu de sair pra jantar! Na verdade ela queria me levar para passear pela Masaryk, uma rua tipo Oscar Freire perto da casa dela. Mal saímos e pegamos uma tempestade! Foi o tempo de correr para um restaurante e aproveitar para jantar. Lá quando chove no fim da tarde, é sempre uma p* tempestade, granizo, trânsito...Enfim, caos de cidade grande. Até o restaurante ficou alagado. Nessa rua tem vários restaurantes ‘chiques’, mas pagamos caro para comer mal algumas vezes! Aliás, falarei da comida depois. É um capítulo à parte!

Museu Nacional de Antropologia, tem obras também fora do prédio. Tem uma riqueza de obras impressionante!

Pedra do Sol. É possível passar um bom tempo observando os detalhes. Descoberta em 1.790, pensaram que era um Calendário Azteca, mas é, na verdade, um altar de sacrifícios. É um dos maiores símbolos dos mexicanos!

Eu, e quase todo mundo que vai lá, tem vontade de tomar um banho aí. Aposto!

Foto do museu de seu piso superior, com as salas, o espelho d'água e a entrada ao fundo.

Quarta, 24, agendei um tour para as pirâmides – Teotihuacan, fechando na Basílica de Guadalupe. Pensei que fosse morrer de andar de novo, mas foi tranquilo. Pouca andança e o tempo ajudou, porque durante o dia o sol racha!
Fiquei um pouco decepcionada com as pirâmides, para a terceira maior do mundo (Pirâmide do Sol), as duas mais altas estão no Egito. Teotihuacan foi um centro de peregrinação e controle econômico, que influenciou regiões distantes, dentro e fora da Mesoamérica. Fiquei chocada como o povo estava mais preocupado em tirar fotos do que em entender a história do lugar. A gente só pode subir até a metade da Pirâmide da Lua e toda a Pirâmide do Sol. Muitas partes delas foram reconstruídas. É uma mistura de partes antigas com novas. O comércio é brutal, toda hora o guia apresentava alguém ou parava em um lugar para oferecer os artesanatos típicos. O almoço foi tarde, muito tarde (apesar de termos saído cedo) em restaurante típico, com mariachi tocando ao vivo. Na volta paramos na região da Basílica de Guadalupe. Gostei muito mais dessa parte do tour, o contrário do que eu esperava. A região da catedral é pobre, e mais lojas vendendo coisas, mas gostei de conhecer outra realidade na grande cidade. A Basílica é linda! Uma das mais bonitas que já visitei de arquitetura moderna. Aliás, nesse estilo duas: a Catedral de Brasília e a Basílica de Guadalupe, fantásticas! A igreja antiga é ao lado, e também é muito bonita. Missas são celebradas de hora em hora. Eu li a história da Virgem e ouvi as histórias do guia. Interessante. Muita mistura de culturas, como vi em todas as partes.

Uma das pinturas encontradas no complexo de Teotihuacan. A águia.

Vista da Pirâmide do Sol, a terceira maior do mundo.

Pirâmide da Lua ao fundo da via dos mortos...cheio de vendedores!!

Subindo a Pirâmide do Sol. Terceira maior do mundo, segunda maior do México. A mais alta está no Egito. Construção do século II d.C. Tem 65m de altura.

Esse é o topo da Pirâmide, onde antes tinha um templo de madeira para realização das cerimônias e sacrifícios aos deuses.

Encontrei um grupo de mexicanos, que pediram para tirar fotos comigo. Nunca fiz tanto sucesso por ser brasileira! Aproveitei e pedi uma que não fosse self, com a Pirâmide do Sol ao fundo :)!

Interior da Basílica de Santa Maria de Guadalupe. LINDA!

Acho que é o maior templo católico das Américas.

A Igreja antiga, que fica ao lado, também é belíssima.

Next day, mais andanças! Na sexta, 26, eu iria para a montanha. Então, tinha de pensar bem no que eu ainda queria muito fazer naquela cidade...dependendo do programa você pode passar metade do dia no trânsito L! A decisão foi por Coyoacán, na região sul da cidade. Nenhuma das opções de transporte me agradavam, mas de táxi nem pensar $$$. Pensei num mix de Turibus com táxi, pra sobreviver. Peguei o Turibus no Auditório e duas horas depois ele tinha andado apenas dois pontos do mapa do circuito vermelho. Conheci uma senhora, historiadora, de Guadalajara, que estava passeando com dois amigos da Colômbia. Fechei com eles e me dei bem de carona com o Uber. Alías, o Uber é uma super pedida na Cidade do México, mesmo pagando com o cartão! Saltamos para pegar o ônibus do circuito sul e perguntamos quanto tempo demoraria para chegar no Museu da Frida Kahlo. Quatro horas! Imagina...o dia inteiro para visitar um museu, e você não conhece quase nada! Fica passeando, parado no trânsito! Bom, deu certo de Uber. No final da tarde, eles me deixaram no Passeo de la Reforma. Em seguida, caiu outra tempestade daquelas e eu tive de me abrigar em um shopping. A chuva amenizou e resolvi pegar um táxi para casa, mesmo com o caos no trânsito, pois já tinha anoitecido!

Um dos trocentos quadros da Frida...

Os vários ambientes da casa.

O atelier.

O jardim, que funciona como um café.

A casa azul...

Mercado de Coyoacán. Frutas, verduras, grãos, pimentas...uma loucura! A parte das artes tem coisas lindas, mas bem mais caro que na Ciudadela.

O Museu da Frida Kahlo é muito caro, comparado com os outros museus da cidade, mas achei que valeu a pena. É o que chama para conhecer a região de Coyoacán, e eu adorei o bairro. Deve ser bem parecido com a cidade antigamente, tudo preservado, com ar de cidade do interior, o mercado é fantástico. O bairro é local da elite intelectual da cidade. Adorei. Queria mesmo ter ficado mais tempo por lá, mas não dava. Se a gente sai mais tarde já fica muito mais tempo no trânsito. Uma novela!

Na sexta, 26, o pessoal da HG México me pegou em casa para me juntar a outros mexicanos para irmos para o Pico Orizaba. Essa agência foi a única que me respondeu, dos contatos que consegui pela internet. Mesmo assim, as respostas eram incompletas e demoravam. Tive de pedir várias vezes para dormir um dia na montanha, pois sairia de 2.200m, na Cidade do México, para 4.000m no campo base da montanha. Para mim, isso era o mínimo para conseguir a mínima aclimatação para escalar os 5.636m do Orizaba. Acho que a maioria do pessoal faz outras montanhas antes, ou já estão/vivem em altitudes maiores. Não era o meu caso.

Viajamos o dia todo, as estradas não são muito boas e tem trânsito. Chegamos no acampamento por volta das 18:30h. O grupo que tinha vindo junto, do norte do México, corredores de montanha, tentaria o cume na mesma noite. Eles me pediram para avaliar a possibilidade de ir junto, mas não quis. Imagina, a semana toda andando feito uma doida, viajamos o dia todo, chegamos a 4.000m, eu não tinha comido quase nada, e à meia noite levantar para escalar até os 5.636m. Eu queria andar, explorar a montanha e me dar um tempo. Mas, não tive muita sorte com a adaptação rápida. Não consegui dormir quase nada com a confusão do grupo no abrigo. Acho que só devo ter relaxado quando estava amanhecendo. Pela manhã subimos para um ponto até aonde o carro chegava, acho que uns 4.200m. Armamos acampamento e fiquei no aguardo do grupo e da minha partida. Era isso...o grupo chegou por volta das 16:30h, esgotados, o que é normal para essa escalada. Todos fizeram cume, o tempo esteve bom e eles eram uma boa equipe juntos, sempre muito animados. Fiquei com o guia Cristiano, o Cris.

Um dos portais do Parque do Pico Orizaba.

Muitas flores, ainda nessa altitude (4.000m).

O grupo de mexicanos se organizando para a noite do cume.


Vista do abrigo, com o bosque de pinheiros (acho que é o mais alto do mundo), e o Orizaba ao fundo.

Montando o acampamento a 4.200m, com o Orizaba ao fundo :)

A umidade do ar cria esse halo em volta do sol. Lindo!

No fim da tarde o tempo fechou, baixou uma tempestade na montanha, tivemos chuva e neve. Levantamos por volta de meia noite, e pra variar não consegui dormir. Durante a noite o tempo melhorou. Comemos uns biscoitos com chá e saímos por volta de 01:45am. A montanha tinha mudado, estava branquinha, coberta com a neve, mas o tempo estava ótimo.

Com a altitude fui me sentindo muito sem energia, tinha levado vários géis para agilizar na subida, mas meu estômago começou a rejeitar tudo e comecei a fazer vômitos...tristeza!!! O corpo precisava de mais tempo para aclimatar e mais energia. Chegando mais perto do púlpito, umas pedras gigantes que são contornadas para dar acesso à subida para o cume, a subida ficou bem mais difícil. Muita inclinação, com gelo e pedras soltas. Um grupo que subiu na nossa frente desistiu antes de chegar até lá, consideraram muito perigoso seguir. Eu terminei desistindo quando o guia disse que a subida para o cume era ainda mais inclinada e difícil. Faltavam uns 200m verticais, eu acho, mas eu demoraria pelo menos umas 2h-2:30h para fazer. O tempo fechou, ficou tudo branco, e resolvi descer sem remorço.

Aproveitando para fotografar o amanhecer.

Oh nóis aí!

Sombra do pico no horizonte ao amanhecer.

Olhando o horizonte e tudo que ficou abaixo...

Aqui, a decisão de retornar.

Cris, ajustando os crampons.

Sempre aproveito muito mais e me sinto melhor quando amanhece. O fato de ver a montanha, de curtir a paisagem me motiva muito. Acho que em uma boa parte dos casos, para mim seria melhor acordar cedo e escalar durante o dia. Em regra, escalamos à noite por causa do degelo com o calor do dia, que aumenta os riscos, e pelo tempo demandado para escalar e descer (o cume é só a metade do caminho!). Mas quando esse não é o caso, ou o risco é baixo, acho que vale muito a pena. Chegamos no acampamento por volta das 11h:40. Eu teria tempo para escalar, mas desci vomitando e muito fraca, vomitava sempre que aumentava o ritmo, não conseguia beber nem comer nada. Parei muuuito. Mas, valeu a pena o esforço. Valeu a pena conhecer a montanha! Ano passado não consegui fazer alta montanha, tinha ido para a Colômbia, e o parque El Cocuy foi fechado pelos nativos. Dois anos longe, já era tempo de sentir a montanha de novo!

Retornamos no mesmo dia para a Cidade do México. Eu me sentia mal, estava com todos os meus casacos e sentia frio...mas, não conseguia comer. Precisava descer e descansar. Chegando em casa, pedimos uma pizza e fui dormir. No outro dia tinha voo logo cedo para Cancun...coisa de doido, tive de levantar às 5am, para sair às 5:30am. Ninguém merece! Não façam isso depois de um dia de cume! Kkkkk

Primeiro pôr-do-sol em Holbox :)

Minha pousada à direita, e as ruazinhas de areia...

Bom, pelo menos sabia que iria para uma praia maravilhosa, ficar de papo para o ar, me livrar daquela bota dupla da montanha e colocar um biquíni J! Mas, também como a montanha, chegar na ilha de Holbox levou o dia todo! Chegando a Cancun peguei um ônibus para o centro para pegar outro ônibus para Chiquilá. De lá, um ferryboat para a ilha. Resumindo, cheguei lá já era mais de 5pm! Morta, e, sem comer direito há alguns dias...Mas, estava no paraíso. Cheguei, coloquei minhas havaianas, biquíni, e fui atrás de comer um peixe na praia. Deu tudo certo, animação, cerveja, peixe, mas meu estomago ainda estranhou...tive piriri toda a noite! Por sorte, melhorei no dia seguinte e isso não atrapalhou nada. Mas, sabia que precisava descansar e comer direito. E, isso não foi difícil. No dia seguinte, fui explorar a ilha a pé. Isso é possível, mas a maioria faz de bike. Fiz as praias na direção de Punta Coco. Acho que demorei ~1h:30 curtindo o caminho. Depois sosseguei. No dia 31 fiz um dos passeios de barco que eles vendem por todo canto lá. As opções básicas são: as 3 ilhas, que na verdade fazem parte do complexo de ilhas de Holbox, o Cabo Catoche, o que eu escolhi, e o passeio que sai para ver os tubarões-baleia. Esse é um dos melhores lugares para ver esse peixe, que é a maior espécie de tubarão, de perto. Ainda era o começo da temporada, já tinham avistado alguns, mas não era fácil conseguir, por isso não estavam recomendando as saídas. Quando eles aparecem mesmo são centenas, e é possível mergulhar com eles.

Píer. Logo cedo, tudo vazio...fui caminhar pelas praias.

As gaivotas e pelicanos estão por toda parte...

Mais uma figurinha um pouco mais colorida :)

Nativo vendendo ostras, caramujos e afins...

Praias sem muvuca! O paraíso :) A areia é forrada de conchinhas...

Ceviche com pescado da hora!

Em alguns pontos eles colocam essas redes dentro da água...

Esse foi 'O' pôr-do-sol!

Tudo incendiado pela luz do sol :)

Foram trocentas fotos com o cenário mudando a cada minuto...

Lindo!

Esse dia amanheceu meio nublado, mas tudo certo. O roteiro era ir para mais alto mar pescar nosso almoço, depois parar em um ponto para mergulho e depois seguir para o Cabo Catoche. Choveu um pouco, mas por sorte o mar naquela região se agita muito pouco, ou nada, perto do que eu já tinha pegado na Colômbia (e sem chuva)!!! Fui a primeira a pegar um peixe, um melro! Pura sorte, nunca pesquei na vida! Mas, pescar ali é pra qualquer um...tem peixe pra todo lado, muita riqueza na fauna marinha. No final pescamos 11 peixes, eu pesquei 2 melros, dos maiores. O barqueiro foi preparando um cheviche para comermos no Cabo Catoche. O lugar para mergulho era repleto de peixes, do barco já vi tartaruga marinha, e muitos peixes e aves aproveitando os restos dos peixes do cheviche!

Meu primeiro peixe! :)

O segundo veio depois da chuva, pra animar! Outro melro.

Preparando o almoço...

A bicharada toda participando!

Tem almoço pra todo mundo...

Delícia!!!

Encostando no Cabo Catoche...

Paraíso :)

Muitas lagoas com a água do mar circulando, e muuuitas aves!

Olha eles aí :) Tem alguns pontos nos quais é certo avistá-los.

Cabo Catoche é um dos extremos da ilha de Holbox, área de reserva ambiental. Um mix de lagoas, areia, mangue e muitas aves. Maravilho! Na volta vimos os flamingos, mas nada de golfinhos e tubarões-baleia. De qualquer forma, recomendo muito o passeio. Natureza é natureza, pura sorte! Nesse dia peguei um pôr-do-sol dos mais bonitos que já presenciei. Fantástico!!! Todo o céu, o mar e a areia dourados. Muuuitas fotos! Tive uma ideia do que é o famoso pôr-do-sol do caribe. O dia seguinte já era o último na ilha, eu teria a manhã toda para curtir, e resolvi voltar em transporte privado para ganhar tempo e descansar. Ninguém merece 12h para chegar em algum lugar, como foi minha ida...Tudo tem seu preço, e eu já tinha decidido que pagaria mais caro para ter mais conforto nos deslocamentos e para comer bem. Não tinha mais a menor condição de comer a comida mexicana também.

Um dos murais lindos da ilha.

Meu último pôr-do-sol em Holbox.

Cheguei no aeroporto de Cancun cedo, meu voo era 19h:30, a companhia tinha alterado o voo em uma hora para mais. Eu não tinha mais muitos pesos, não quis cambiar na ilha porque a taxa era bem pior que na CDMX, mas no aeroporto de Cancun a taxa era absurdamente pior! Não tive escolha e cambiei apenas U$50! Meu voo era para a capital de Chiapas, Tuxtla Gutierrez, mas eu ia para uma cidade chamada San Cristóbal de las Casas, que eu identifiquei como a porta de saída para a maioria dos passeios para natureza. Eu tinha tentado contato com diversas agências pela internet, somente duas me responderam. Mesma coisa que antes, respostas incompletas e demoradas. Mas, dessa vez não tinha conseguido fechar nada. O tal Arco do Tempo parecia mesmo que ficava em outro planeta! De qualquer forma, eu já tinha decidido que iria para San Cris, porque a região toda me interessava muito. Ouvi de todos os mexicanos, com os quais falei que iria para Chiapas, que era um dos estados de mais natureza e cultura preservada do país. Muitas recomendações, embora ninguém tivesse ouvido falar do tal Arco do Tempo!

Ruazinhas de San Cris. Casas antigas, mas tudo bem conservado.

San Agustin, um espaço cheio de cafés e restaurantes. Um ótimo lugar para comer.

Famílias típicas pelas ruas...

Praça da Catedral. Na lateral tem o Templo de San Nicolás. 

Olha aí, tem até Burger King! 

Chegando em Tuxtla, no aeroporto tem vans compartilhadas para San Cristóbal. Eu estava preocupada em como chegaria lá, porque cheguei bem tarde em Tuxtla. A van nos deixa na entrada da cidade, e foi uma novela achar o hotel reservado. Tentei a pé, perguntando, e nada. Peguei um táxi e resolvi. Nada aberto por perto, fui dormir com fome! Isso porque eu não sabia que estava a duas ruas do ‘agito’, mas já devia ser perto de meia noite e nem pensei em arriscar!

Outro clima, frio e úmido. Nenhuma novidade, eu sabia que tinha ido no começo da temporada de chuvas. Parece que o México tem duas estações bem definidas, a da seca e a da chuva. San Cris também fica a 2.200m, mas o clima é bem diferente do da CDMX. Quando acordei e fui tomar café e vi onde estava não acreditei! O lugar é lindo, cercado de montanhas, uma cidade antiga, com as ruas calçadas de pedra, as casas super conservadas, muita madeira nas estruturas e telhado. As ruazinhas são lindas, muitas lojinhas e cafés por todo lado. Fiquei perto do centro histórico, andei pra lá e pra cá o dia todo, explorando a cidade, que é um centro da cultura maia no pais, e também foi point da revolução zapatista.

Esse é a feira de artesanatos, que na verdade são basicamente têxteis...
Olha a saia de lã de ovelha da nativa. É muito comum por lá!

Da escadaria que dá acesso ao ex-convento, que agora é um museu. A feira se mistura com tudo. E, na paisagem, sempre montanhas ao fundo!

Templo de San Domingo de Guzmán.

Ruas cheias de cafés e restaurantes...sempre com muitos nativos oferecendo seus produtos.

Cozinha de vários países. A Virgem de Guadalupe também está em toda parte!

Tanto no museu, como nos prédios e também na minha pousada muitas cruzes trabalhadas. Muito bonitas.

Por causa das mudanças nos voos, perdi um dia em San Cris, mas já tinha desistido de fazer o Arco do Tempo. A expedição precisava de, no mínimo 3 dias (trilha na selva, descida de rapel no cânion, navegação até o Arco e retorno, ou 5 dias navegando para chegar, mais o retorno por terra). Eu queria fazer em 3 dias. Mas, em San Cris, ninguém conhecia, me falavam vagamente do acesso, e, embora eu tivesse os dados do povoado mais próximo do início da expedição, que eu li na internet, sabia que era uma roubada chegar até lá sem nenhum contato. Para fazer isso eu precisava de muito mais tempo do que dispunha, uma verdadeira aventura. Como me encantei com a cidade e sabia que tinha várias opções de programas, me conformei.

Os passeios básicos são pelos rios da região, ruínas e pueblos. Eu só tinha mais um dia para os passeios e escolhi conhecer os pueblos vizinhos e aproveitar mais a cidade. Como a cultura indígena/maia ainda é muito forte, seria uma boa oportunidade para conhecer mais um pouco sobre eles. Fomos a dois pueblos, Zinacantán e Chamula. A historiadora que eu conheci tinha me dito que valia a pena, e que eu deveria pegar a Kombi junto com eles no mercado. Mas, achei que não seria muito fácil me ‘misturar’ e ser recebida desse jeito. Então, com o tour visitamos uma família, ouvimos suas tradições e fomos também a um templo, que é uma mistura de maia/católico. Uma experiência forte. Muito sincretismo. Acontece de tudo lá dentro (banda tocando, sacrifícios, oferendas, rezas, velas, incenso). Proibido fotografar e filmar. Assim como nos museus e igrejas da cidade!

Todos usam roupas bordadas e fazem muitos de seus tecidos no tear manual. As peças são maravilhosas.

Essa é uma vestimenta tradicional das mulheres.

Fazendo tortilhas de milho!

Essa foi a melhor que comi no México. Até repeti! O recheio era de feijão preto, queijo de cabra e um pó verde bem saboroso que não sei o que é. Dispensei a pimenta!

São vários tipos de tear...

Essa é uma foto do altar da casa. Sincretismo! Mas, a cultura maia mostrando sua força.

Comprei uma echarpe tecida dessa forma.

A cruz maia está em toda parte. Nada a ver com a cruz dos cristãos!

Os nativos na entrada do templo maia. Roupas e rituais típicos.

No alto o templo, a data de sua construção.

Na cidade vale muito a pena visitar o Museo Regional los Altos de Chiapas e o Centro de Textiles del Mundo Maya, que funcionam num antigo convento junto à igreja de Santo Domingo de Guzmán. Eles ficam no meio da feira têxtil. Aliás, tudo se mistura ali, saindo desta feira tem mercado no meio da rua, e seguindo mais pra frente mais nativos, menos turistas, é onde se pega o transporte para os pueblos.
San Cris tem gente de tudo enquanto é canto, bons restaurantes, bons cafés, ótimos produtos de tear e bordado, sem falar na beleza da região. No domingo, 4/6, logo cedo retornei para Tuxtla para pegar meu voo de volta para CDMX. Pude curtir a beleza do caminho, já que tinha ido à noite. Muito verde, montanhas, pedras, rios. Quero voltar com tempo, talvez numa visita à Guatemala e tentar conhecer o Arco do Tempo, que fica perto da divisa.

CDMX de volta. Na casa da Myriam tinha um casal de amigos hospedados. A casa tinha virado uma enfermaria durante a semana. Segundo eles, quem não estava de piriri estava gripado! Um horror! Mesmo assim, como todos nós partiríamos na segunda-feira, 5, de volta para o Brasil, o programa foi ir ao mercado da Ciudadela comprar lembrancinhas. O México tem coisas muito tradicionais e diferentes: caveiras, alebrijes – uns bichinhos imaginários de madeira supercoloridos, cerâmicas, artefatos de pedra e metal e bordados. Tudo muito colorido. O mais legal é que essa roupa bordada, tradicional, é mesmo usada por todos, e é muito linda. As que vi em San Cris são incríveis! Isso sem falar na tequila e na pimenta. Nesse caso, é mais fácil comprar em um mercado...e, eu não comprei, não deu tempo. Achei que fosse conseguir fácil no aeroporto, mas me dei mal! O embarque da Copa não tem nada!!! Só alguns cafés e conveniências. Fiquei chocada! O terminal que leva para Cancun e o próprio aeroporto de Cancun são uns verdadeiros shoppings, mas dancei no terminal da Copa! Uma pobreza L!

Enfim, a aventura acabou. Adorei o México. Recomendo muuuito! Um país maravilhoso, acolhedor. Quando falava que era brasileira todos faziam festa, pediam para tirar fotos, queriam ouvir o que eu tinha ido fazer lá, uma festa! Como o país é enorme, tem muita coisa interessante e diferente para fazer. O Arco do Tempo ainda será explorado J! Resumindo, amei o México!

DICAS:

- Os melhores voos são os da Copa, com uma conexão na Cidade do Panamá, quase um pit stop. Para quem não tem problemas em aguardar longas conexões, é possível encontrar voos mais baratos, principalmente parando nos USA. Não tem voo direto para a CDMX.

- Transporte na CDMX: tem de tudo, metro, ônibus/Turibus, táxi e Uber. Além da sola do sapato, claro J! Como o trânsito é muito pesado, o Uber sai ganhando disparado. É muito barato, o que compensa ficar parado no trânsito. No Turibus tem áudio em várias línguas, e tem o mapinha dos circuitos. Eles param a cada meia hora nos pontos, isso se não tiver complicação com o trânsito...Metro com massagem de graça, eu dispensei!

- Eu voei de Volaris da CDMX para Cancun, de Cancun para Tuxtla e de Tuxtla para a CDMX. Muuuuito barato! Imagina se fosse barato assim voar pelo Brasil. Aliás, todo mundo lá fora sabe que o Brasil é enorme e os deslocamentos (todos) um absurdo de caro! Eu só recomendo não fechar voos muito apertados com sua agenda, como eu fiz, porque parece comum eles mudarem os horários dos voos e você pode ser dar mal, como eu que perdi um dia em San Cris!

- Hospedagem: fechei tudo pelo Booking. Encontrei tudo muito parecido com o que constava nas descrições. Nos locais que fiquei tinha de tudo, hospedagens simples e sofisticadas. Em San Cris fiquei numa muito legal, tirando os hóspedes barulhentos. Na Ilha de Holbox sugiro pagar mais caro e ficar mais afastado da rua do centro (é praticamente uma rua mesmo!) e na beira da praia. As pousadas do lado direito do píer são mais interessantes, e as praias também são melhores. Tem um banco de areia enorme desse lado. Permite que você caminhe muito adentro do mar e que possa escolher vários lugares para ‘se encalhar’ J!!! As praias do lado direito têm barreiras para quebrar as ‘correntes’.

- CDMX: uma loucura! Fantástica, apesar da poluição e do trânsito. Não temos nada parecido no Brasil. Muitos museus, muitas atrações culturais, muita riqueza cultural.

- Praia: Holbox é uma ilha pequena, com ruazinhas de areia, pé-no-chão, rica em fauna marinha (parte da ilha é uma reserva!). Apesar de parecer um sossego, todas as noites tem algum lugar com música/agito, e os frequentadores são europeus. Os americanos ficam em Cancun! Muita geração ‘paz e amor’. Além de curtir as praias e o mar, só restam os passeios de barco, que valem a pena!
Fiquei encantada também com o que li sobre Puerto Vallarta, no Pacífico. Aí, junto com a Baja Califórnia, terei de explorar numa próxima viagem!

- Natureza: Chiapas me pareceu o point. Mas também ouvi falar muito bem de Monterrey como um destino para aventuras na natureza. Eu adorei San Cristóbal de las Casas (San Cris) e ainda tenho muitas coisas para fazer por lá! Na região central do país tem as montanhas mais altas, mas tem montanhas em várias outras partes. A galera que eu conheci no Orizaba era de Chihuahua (norte), corredores de montanha, cuja capital fica a 3.300m!

- Montanha: para o Orizaba a única agência que me respondeu foi a HG México. Eu recomendo. O pessoal também trabalha com alguns projetos sociais muito legais. Gostei muito dos guias. O contato via internet não é essas coisas, mas funciona!

- Comida: um problema!! Na primeira semana eu fiquei tentando comer o que eles comem, para conhecer o dia-a-dia, a cultura. O básico é uma sopa de entrada, normalmente de nopal, um cacto muito nutritivo. Gostei da salada de nopal também. O problema é o tanto de coloral que eles colocam, além da pimenta. Os pratos principais sempre têm arroz (com coloral!!!) e uma carne. Quando tem feijão é frito e amassado (parece nosso tutu, mas só parece!). Em regra, eles trazem a pimenta separada, mas sempre tem um pouco na comida. De sobremesa, gelatina ou flan. Outras sobremesas relativamente comuns são o arroz doce e um biscoito de amaranto. Mas, a melhor de todas é a Glória!!! Tipo uma bala, embrulhada em papel celofane vermelho, que é doce de leite (de cabra) com nozes. Simplesmente, a melhor coisa que eu comi no México! Além dos pescados, é claro!
Essa dieta não é fácil, mas é muito melhor que os tacos, que me parece ser o prato típico mesmo. Esses são incomíveis!!! Não consegui gostar de nenhum! Impossível. A pimenta deles também é impossível. Eles carregam tudo que comem (TUDO) com muitos molhos e limão. Não me arrisquei com os pratos típicos - não é pra mim! E a higiene, outro problema. Por isso, os piriri em todo mundo de fora! Levem os repositores da flora intestinal e carvão na viagem! Kkkkkk
Resumindo, parti para os restaurantes de comida internacional. Pagando mais caro e sobrevivendo!

- Câmbio: pelas minhas contas não valia a pena comprar pesos no Brasil, como a Myriam sugeriu. Levem dólares e troquem no aeroporto da CDMX ou no centro da cidade. Cambiei entre 17,55 - 17,20 na CDMX. Em Holbox e San Cris 16,5. No aeroporto de Cancun 14,20!! Isso mesmo, um aburdo!

Chega! Se eu escrever mais vai virar um livro! :) Foram mais de 950 fotos. Isso porque não clico muito! Postei umas 120. Deu um bom trabalho para selecionar.


VIVA o México!!