domingo, 18 de janeiro de 2015

Treinando pra lagartixa

Resolvi começar a treinar a escalada em rocha para ajudar em montanhas mais técnicas. Procurei um muro de escalada na cidade em outubro, e agora comecei a ir para a pedra!

Nesse meio tempo me apresentaram a Márcia, que escala a trocentos anos, desde criança no Rio de Janeiro, e também estava a procura de uma companhia para a pedra. Era tudo que eu precisava, ficar no muro indoor não tem nada a ver com o que eu quero...

No sábado, 10, fomos para a primeira incursão...Parque Estadual dos Pirineus, em Cocalzinho, alí do lado de Pirenópolis, bem conhecida dos brasilienses pela cultura e pelas cachoeiras.

Apesar de estarmos na época das chuvas, ela não tá fazendo nenhuma ameaça pra escalada...bom pra gente praticar o esporte e péssimo para o resto! Daqui a pouco vamos ter de entrar no racionamento de água!

A região dos Pirineus é linda. E, temos sombra em várias paredes pela manhã. Chegamos por volta das 9h e fomos para o complexo onde fica a via Cubanos. Subimos o morro e montamos a ancoragem para escalar com um top rope. Descemos, e a Márcia me deu várias orientações sobre a segurança. Escalamos até o crux da via Cubanos, uma VI-sup (pelo que falaram). Já vi que não há muito consenso sobre essa questão de graduação da via...em cada canto o povo gradua de acordo com os parâmetros locais.

Top rope montado na Cubanos.

Descendo, com a segurança da Márcia.

João guiando a Escoliose.

Escalando, ouvimos algumas vozes, e resolvemos seguir a trilha à esquerda do complexo para encontrar a galera. Era um grupo de Anápolis. O João, guia e professor da turma de 6 escaladores, numa aula prática. Povo super simpático, depois se juntaram a nós e o João guiou mais uma via, a Escoliose, ao lado da Cubanos. Também só fiz até o crux...

Tentando vencer o crux da Escoliose.
Vista do topo do morro, onde montamos a ancoragem e passamos a corda.


Márcia desmontando tudo, Larissa curtindo o visual, e um candombá florido no meio :)

Hora de aproveitar o visual!

Ficamos por alí até o sol pegar e a fome apertar. Trocamos contatos, alguns foram tomar banho de cachoeira, outros para a casa e nós (eu e Márcia) fomos matar a fome em Pirenópolis!!

Igreja Matriz, muitas histórias...

Aproveitamos para dar uma volta, curtir as lojinhas, tomar um sorvete e fechar com chave de ouro fotografando o pôr-do-sol no caminho de casa! Foi ótimo!!


Coisa mais linda!!!

Eu saí de lá com as mãos completamente destruídas! A rocha na região é um quartzito, cheio de pontas, que pra mim dificultaram muito o contato. Doí e corta a mão L...Como dizem, ossos do ofício! Para a primeira vez na pedra não foi fácil!

De lá, já combinamos com a turma de ir para a Fercal, que fica dentro do Distrito Federal (bem mais perto de casa), no sábado seguinte, ontem, 17!

De novo, lá pelas 9h já estávamos na pedra, eu, Márcia e João...os outros colegas debandaram ontem!

Pegamos um mapa na internet, mas a Márcia e o João já conheciam a região. Deixamos o carro na entrada de uma fazenda, pagamos R$5,00 e entramos na estrada à esquerda. Andamos um pouco e já entramos numa trilha cercada de vacas, que leva a uma subida pela mata que cerca as pedras. Chegamos em um dos complexos do local.

Entrando na trilha para chegar na pedra...

A via que escalamos foi a Libélula, acho que uma das primeiras e mais bonitas chapeletadas na Fercal. Aliás, achei o lugar lindo! A formação rochosa é completamente diferente dos Pirineus, a rocha é calcárea, bem mais lisa e escorregadia na parte de baixo. No alto, já aparecem as pontas que detonam a mão, mas bem menos que o quartzito.


Essa é a parede que tem a Libélula...olha a diferença da rocha! E as raízes entranhadas...

Preparando o equipo, vestindo...

João lá em cima, Márcia quase lá...a parede deve ter uns 22m.

O João e a Márcia ‘mandaram’ a via. Eu consegui, na segunda tentativa porque parei no crux e fiquei até conseguir passar J! Mas, não mandeia via. Caramba!! Como dizem, bombei total o meu antebraço...Eu ainda não consigo usar as pernas, e forço muito os braços e as mãos. É isso, devagar vou aprendendo!


João, na segurança lá no topo.

Vista do 'cume' da Libélula.

Parede ao lado do cume...sempre com os pontos pretos nas árvores :)

Ficamos por alí um bom tempo, depois seguimos, descendo pela esquerda e paramos em outra parede, onde encontramos mais 2 escaladores de Brasília. Trocamos uma ideia e depois montamos o top rope para brincar lá. Fizemos 2 vias, bem mais fáceis que a Libélula, mas não sei os nomes...Enfim, um lugar mais fácil para eu treinar J!

Na parede mais fácil.

Vista do alto das paredes: tem sempre uns cactos nos esperando!

Adorei a formação rochosa da Fercal, e a natureza entranhada na rocha. As árvores crescem no meio das rochas e o cenário me lembra imagens de Angkor Wat. Muito legal! Como nem tudo são flores...tem bastante abelha na região. E, urubu, nem se fala! Ninhos e ovinhos e eles lá mirando na gente o tempo todo :DÉ a natureza!

No final da via, só alegria!

Eu adorei!!! Nos divertimos, escalamos, não levamos nenhuma mordida de abelha, nem carreira de vaca, nem cagada de urubu!!!!!!! O máximo ;)

Bom, a próxima etapa será no Rio, no próximo findi. Agora vamos encarar o granito da Cidade Maravilhosa! Pelo que me falaram, não tem nada a ver com as experiencias dos últimos sábados...Vamos lá, aprender e curtir!

Agradeço a Márcia e o João pela paciência, pela companhia, pelo aprendizado!


DICAS:

Talvez muito óbvias para os escaladores experientes, mas, para os iniciantes como eu, importantes!
- Os lugares por aqui têm muitas abelhas, pra quem sabe que tem alergia todo cuidado é pouco. Depois, é importante alguém ter um antialérgico.
- Água, repelente e protetor solar nem se fala. Afinal, estamos no mato, expostos, e mesmo na sombra o bicho pega! Apesar do calor, é interessante ir de calça comprida para encarar a pedra e a trilha, e levar um tênis adequado, além das sapatilhas ;)


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